Bem-vindos ao sítio mais seco dos Estados Unidos da América e mais quente do mundo. No Vale da Morte, localizado ao norte do Deserto de Mojave, o termómetro já subiu até aos 56,7°C no dia 10 de julho de 1913. O recorde, contudo, só foi oficialmente reconhecido em setembro de 2014, pela Organização Meteorológica Mundial.
São poucos os que conseguem viver nesta zona árida da Califórnia feita de vales fundos, picos rochosos e falésias vermelhas. Tirando os cerca de 300 índios da tribo Timbisha, que no verão sobem até às montanhas e no inverno fixam-se nos vales, mais ninguém se atreve a desafiar o Vale da Morte. Os restantes só aguentam uns tempos e depois vão-se embora, como os turistas.
A maioria dos hotéis e resorts fecha assim que a temperatura atinge 51,7°C.
Nos séculos XIX e XX foram também construídas algumas vilas para os garimpeiros. Foram eles, aliás, os primeiros exploradores a darem o nome a este vale durante a Grande Corrida do Ouro da Califórnia, em 1849. Um grupo de americanos de origem europeia andou perdido neste vale, ao tentar encontrar um atalho para as minas de ouro e prata. Durante a penosa travessia, um deles acabou por morrer e, desde aí, o lugar ganhou este nome e esta maldição.
E, já agora, quanto calor faz no lugar mais quente de Portugal?
Na Amareleja vivem 2500 habitantes e é o lugar mais quente em Portugal.
Fica quase 10ºC abaixo do recorde mundial, mas também impõe respeito. A Amareleja, vila alentejana do concelho de Moura, já atingiu os 47,4ºC, no dia 1 de agosto de 2003. E este povoado alentejano não é como o Vale da Morte, nos Estados Unidos da América. Aqui há muito mais gente! São 2500 habitantes, que aprenderam a viver neste forno.
A cal branca ajuda a refrescar as casas no verão, as portas e as janelas ficam fechadas durante as horas de maior calor e o dia começa bem cedo para quem trabalha ao ar livre, como é o caso dos calceteiros, jardineiros ou dos agricultores que, contudo, já não são assim tantos. Às seis da manhã, já estão todos com uma grande genica. Fazem uma pausa para almoçar e depois tiram uma longa soneca, tal como os espanhóis, que também não dispensam a “siesta” nos períodos mais quentes do dia.
Diário do Alentejo
Com tanto calor não é de estranhar que ali esteja uma das maiores centrais de energia solar da Europa. A funcionar desde 2013, produz qualquer coisa como 93 Gigawatts/hora, por ano, o equivalente ao consumo de 30 mil famílias. Além de evitar a emissão de 89,383 toneladas de CO2 (dióxido de carbono), a central fotovoltaica da Amareleja inclui ainda uma fábrica de painéis que dá trabalho a uma centena de trabalhadores.
No lugar mais quente do universo…
Quando a estrela WR-104 implodir, vai atingir os 3 mil milhões de graus celsius.
Quem julga que o sol bate todos os recordes, está redondamente enganado. Os 15 milhões °C que atinge o seu núcleo não se comparam, nem de longe, com o calor que faz no centro da estrela WR-104. Este astro, localizado na constelação Sagitário, fica a quase 8 mil anos-luz da Terra, tem uma massa 25 vezes maior que a do sol e, quando explodir e originar uma supernova, irá atingir 3 mil milhões °C. Ou seja, irá emitir uma energia maior do que a do sol durante toda a sua existência.
Ufa! Agora só apetece um lugar fresco e 10 sugestões para fugir ao calor.
1 – Borrifos gelados
Um borrifador com água gelada por perto é uma boa técnica para diminuir a sensação de calor. Uns salpicos de água na cara e, nem que seja por breves momentos, a frescura está de volta.
2 – Pontos estratégicos
Os joelhos, a parte interior dos cotovelos, os pulsos, o pescoço e a testa são as zonas que mais calores retêm. São, portanto, pontos estratégicos para diminuir a temperatura, bastando para isso colocar panos húmidos nessas partes do corpo.
3 – O método egípcio
Já nos tempos dos faraós havia técnicas bem criativas para fugir ao calor. Os egípcios usavam duas toalhas para dormir, uma seca e outra húmida (molhada e torcida para não ficar encharcada). A seca ficava sobre o chão e a molhada servia para cobrir o corpo. Com o calor, a humidade evapora-se lentamente, o que permite adormecer nas noites mais quentes. Hoje, há um método mais fácil: colocar os lençóis secos num saco de plástico dentro de uma arca frigorífica ou do congelador durante uns quatro ou cinco minutos. E depois gozar uma noite fresquinha no pico do verão.
4 – O ar que sobe e desce
As lições de física ensinam que o ar frio tem tendência a descer e o quente a subir. Não é por acaso que os aparelhos de ar condicionado ficam no cimo das paredes. A mesma lógica pode ser aplicada na hora de dormir. Colocar o colchão no chão é uma ótima maneira de aproveitar o ar mais frio.
5 – Desligar na tomada
Deixar os aparelhos em stand by é não só um desperdício de energia como contribui para aumentar a temperatura. Computadores, televisores, vídeos, leitores de CD e outros gadgets libertam calor até quando não estão a funcionar. Desligar todos os aparelhos que não são necessários ajuda a aliviar a sensação de ar abafado. E desligar é desligar mesmo! Ou seja, tirar a ficha da tomada.
6 – Duches curtos
Um banho rápido pode ajudar a aliviar a sensação de calor. Deixar a janela da casa de banho entreaberta evita a acumulação de vapores. Ao início, a água não deve ser totalmente fria para não provocar choques térmicos. Atenção aos banhos demorados, a água é um bem escasso que não se deve desperdiçar.
7 – Portas e janelas fechadas
Janelas fechadas e persianas corridas durante o dia vedam a luz, mas impedem também o calor de se espalhar pela casa. Essa sugestão, contudo, só é válida para as casas e apartamentos localizados em zonas onde não corre uma brisa fresca e constante.
8 – Leve e fresco
Roupas de tons claros, tecidos leves como algodão e linho são as melhores opções para enfrentar o calor. Em contrapartida, os tecidos sintéticos e as peças muito justas ao corpo têm o efeito contrário.
9 – Água, muita água!
Beber água durante o dia evita a desidratação, repõe os minerais do corpo e ajuda a regular a sua temperatura. Muitas vezes, as dores de cabeça e as tonturas são sintomas de desidratação.
10 – Saladas de tudo e com tudo
Saladas de vegetais, de hortaliças, de frutas, combinadas com atum, salmão, aves, massas e até com leguminosas. No verão, o mais importante é fugir do calor do fogão e usar a imaginação para criar receitas leves. E há tanto por onde inventar que é possível fazer um prato diferente todos os dias.