Terapia verde. Duas horas ao dia e é o que basta

Não precisamos de estudos para comprovar que as brincadeiras ao ar livre ajudam as crianças a crescer fortes e felizes. Ainda assim, não custa relembrar os benefícios do contacto com a natureza. Além do que, não deixa de surpreender como um par de horas por dia a brincar nas matas ou nos jardins ajuda os mais novos a combater a miopia, a melhorar o desempenho escolar, a memorização, a autoestima e muito outros aspetos que se prolongam na vida adulta.

Tirar os olhos dos ecrãs e estendê-los ao sol

[label type=”success”]Data[/label] 2016
[label type=”success”]En tidade[/label] Universidade de Queensland, Austrália
[label type=”success”]Conclusão[/label] Brincar ao ar livre previne e combate a miopia

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Com uma hora por dia, no mínimo, já se veem alguns resultados, mas dobrar esse tempo é o ideal. Crianças e adolescentes conseguem prevenir o surgimento da miopia, e até travar a sua progressão, ao passarem algumas horas a brincar ao ar livre e expostos à luz solar. Os investigadores da Universidade de Queensland mediram, ao longo de 18 meses, o tempo de exposição solar de um grupo de 101 rapazes e raparigas entre os 10 e os 15 anos (dos quais 41 míopes). Aqueles que passavam menos tempo ao ar livre eram os mais propensos ao risco e progressão de miopia, concluiu o estudo. E quanto mais tempo a brincar ao sol, maior a capacidade das crianças em reverter a doença. Daí a recomendação de duas horas diárias.[/note]

Violência combate-se com as árvores

[label type=”success”]Data[/label] 2001
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade do Illinois, EUA
[label type=”success”]Conclusão[/label] Mais árvores, menos crime. Mais parques, mais alegria

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Em 2001, a diretora do Laboratório de Paisagem e Saúde Humana, da Universidade do Illinois, decidiu estudar a relação entre o crime e o número de árvores que cada morador tem por perto num bairro de Chicago. Resultado: nas zonas próximas de espaços verdes, encontrou uma taxa de criminalidade 7% mais baixa. Frances Kuo publicou vários estudos na última década, grande parte sobre os efeitos de árvores e parques nas populações das cidades. As suas investigações permitiram concluir que os moradores sem acesso a zonas verdes apresentaram funções cognitivas mais baixas, menor capacidade de concentração perante múltiplos impulsos ou reduzido controlo dos seus impulsos. E, por fim, maior isolamento, dado que os espaços arborizados incentivam as pessoas a sair de casa.[/note]

Agarrem nos cadernos e vamos lá para fora

[label type=”success”]Data[/label] 2014
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidades de Plymouth (Reino Unido) e de Western Sydney (Austrália)
[label type=”success”]Conclusão[/label] Aprender ao ar livre tem impactos no bem-estar, na saúde e no comportamento das crianças.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] As atividades ao ar livre são tão importantes para as crianças que deviam ser obrigatórias nos currículos das escolas. Esse é o aviso que os investigadores das universidades de Plymouth, no Reino Unido, e de Western Sydney, na Austrália, deixaram no relatório The Student Outcomes and Natural Schooling, em 2014. Os benefícios não são apenas na saúde, mas também no comportamento, aumentando a resiliência, a confiança e as habilidades sociais. O estudo adverte ainda para o perigo de as crianças estarem a perder a liberdade para brincar, explorar e fazer exercício no exterior. Um perigo que advém não só do estilo de vida moderno, como pelo receio dos adultos em deixar as crianças brincar na rua e ainda pela pressão colocada nos professores para permanecerem nas salas de aula. Paradigmas que podem travar um crescimento saudável e comprometer uma vida adulta mais equilibrada não só no plano da saúde física, como emocional e intelectual.[/note]

A brincar e respeitar a Natureza

[label type=”success”]Data[/label] 2007
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade de Cornell, Nova Iorque
[label type=”success”]Conclusão[/label] Infância próxima à natureza estimula preocupação ambiental na vida adulta.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Quanto mais contacto direto com a natureza durante a infância, maior o envolvimento com as questões ambientais na vida adulta. Os efeitos de brincar ao ar livre são duradouros, garantem as investigadoras do Departamento de Design e Análise Ambiental e do Departamento de Desenvolvimento Humano da Universidade de Cornell. Nancy Wells e Kristi S. Lekies entrevistaram dois mil nova-iorquinos entre 18 aos 90 anos para perceber como a infância foi determinante para desenvolver a consciência ambiental. Brincadeiras nas matas e florestas, pesca e piqueniques estão entre as atividades que mais contribuíram. Mas o peso de colher flores, plantar árvores ou sementes e cuidar de plantas em casa não é menos valorizado. As brincadeiras ao ar livre são decisivas, mas é igualmente importante incentivar esse gosto através de revistas, programas de televisão ou livros.[/note]

Cada jardim é um exercício de memória

[label type=”success”]Data[/label] 2001
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade de New Hampshire (EUA)
[label type=”success”]Conclusão[/label] Crianças que passam mais tempo em jardins com adultos têm maior capacidade de memorização.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Levar os miúdos para jardins e parques faz maravilhas à memória, conclui a investigação da Universidade de New Hampshire, que estudou o cérebro de 1410 crianças entre os dois e os cinco anos. Os que passaram pelo menos dez horas semanais com adultos em jardins ou parques conseguiram decorar novas palavras de uma forma cinco vezes mais eficaz do que aquelas que passaram menos tempo a brincar com os adultos nos jardins. A principal razão para esse fenómeno está na maior exposição aos estímulos visuais, sensoriais e tácteis.[/note]

Correr nas planícies para sossegar a inquietude

[label type=”success”]Data[/label] 2001
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade de Illinois, Chicago (EUA)
[label type=”success”]Conclusão[/label] Brincar em espaços verdes abranda sintomas de hiperatividade.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Basta expor crianças e adultos diagnosticados com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) a imagens de paisagens verdes para se verificar uma ligeira mudança no comportamento, sobretudo na concentração e na capacidade para controlar os impulsos. O que acontecerá então quando passam da teoria à ação? Através de entrevistas aos pais de 400 crianças com TDAH, os autores do estudo encontraram uma ligação entre o seu comportamento e as brincadeiras em jardins e parques. Aquelas que brincam regularmente ao ar livre, rodeadas de árvores e plantas, têm sintomas mais leves do que aquelas que brincam dentro de casa ou em ambientes ao ar livre sem espaços verdes. No caso de sintomas mais severos, as crianças apresentam algumas melhorias quando brincam em espaços verdes amplos e sem obstáculos, como planícies relvadas ou campos de futebol, por exemplo.[/note]

A felicidade é uma tenda junto ao lago

[label type=”success”]Data[/label] 2015
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade de Plymouth (Reno Unido)
[label type=”success”]Conclusão[/label] Crianças que acampam são mais felizes e melhores na escola.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Acampar uma vez por ano é o suficiente para melhorar o desempenho escolar e contribuir para a felicidade das crianças e adolescentes. A conclusão é do Instituto de Educação da Universidade de Plymouth, que entrevistou mais de cinco mil pais e filhos do Camping and Caravanning Club. Os resultados do inquérito mostraram que 4 em cada 5 pais acreditavam no efeito positivo desta prática sobre o desempenho escolar. Os educadores estão convencidos de que o acampamento ajuda na compreensão de matérias relacionadas com as disciplinas de Geografia, História e Ciências. Quando perguntado às crianças o que mais gostavam nos acampamentos, as respostas mais comuns foram: fazer amigos, brincar ao ar livre e aprender os vários truques de campismo. Outros efeitos como confiança, alegria, respeito pela natureza, capacidade de interagir em grupo foram igualmente relatados pelos pais como importantes.[/note]

A ciência de chapinhar nas poças

[label type=”success”]Data[/label] 2014
[label type=”success”]Entidade[/label] Universidade de Illinois (Chicago, EUA)
[label type=”success”]Conclusão[/label] Brincar ao ar livre melhora os resultados escolares.

[note note_color=”#f9f8f1″ text_color=”#111111″ radius=”16″][label type=”success”]Resumo[/label] Saltar à corda, brincar na terra, construir castelos de areia, correr atrás das galinhas, chapinhar nas poças não provocam apenas alegria às crianças. É igualmente benéfico para desenvolver a coordenação motora e cognitiva, a sociabilidade e a resolução de conflitos. As conclusões do estudo da Universidade de Illinois nem são assim tão surpreendentes, mas servem para confirmar que o contacto regular com a natureza é algo indispensável na rotina de todas as crianças.[/note]
Artigo anteriorMudar as cidades pelo bem das crianças
Próximo artigoElas e eles: a Matemática trata todos por igual