Experimenta primeiro acertar na resposta:

a) 10 milhões; b) infinitas; c) nenhuma.

 

E a resposta certa é…

Carrega aqui, por favor, e descobre a resposta.
Todas!
😉

 

Como muita coisa na vida, esta pergunta também não tem uma resposta preto no branco. O mundo não é o que parece. Ou melhor, não é o que os nossos olhos veem. Tudo depende de quem, do lugar ou do ângulo em que a cor surge. Há muitos fatores a condicionar a nossa perceção, começando na luz, continuando no cérebro e acabando nos olhos que tanto podem pertencer a um humano como a um animal.

 

 Esclarecido este ponto, comecemos então pela resposta a) 10 milhões.

Dez milhões de cores, ou melhor, tonalidades, é o que o olho humano consegue ver. O número tem em conta os 3 aspetos que compõem a nossa perceção:

1000 níveis
de claro-escuro que somos capazes de distinguir;

100 níveis
de vermelho-verde que podemos ver;

100 níveis
de azul-amarelo que o olho humano também consegue reconhecer.

Embora as quantidades pareçam enormes, as contas não são complicadas e o número total de cores que uma pessoa vê é cerca de:

1000 x 100 x 100 = 10 000 000 (10 milhões).

Só que este resultado não representa nem pouco mais ou menos o total de cores que existe no mundo. A visão humana é até bastante pobre se comparada, por exemplo, com um computador que exibe cerca de 16,8 milhões de cores para criar imagens coloridas de alta resolução.

Por esta amostra, dá para ver que há muitas cores invisíveis para os humanos. O branco, aliás, pode não ser mais do que a incapacidade dos nossos olhos para interpretar uma determinada cor detetada pelo cérebro. 

Vermelho, verde e azul são as luzes primárias a partir das quais se formam as cores na nossa mente. É a combinação entre essas três luzes que mostram todas as outras cores captadas pelo olho humano. 

Existem, porém, outras misturas de luzes complementares, como o azul e o laranja, o vermelho e o verde, a púrpura e o amarelo, que os olhos humanos são incapazes de interpretar. E é por isso que, se calhar, não temos na nossa palete, por exemplo, o vermelho-esverdeado ou o amarelo-azulado. 

E, depois, há uma série de radiações de luz que também escapam ao olho humano. Somos capazes de ver as sete cores do arco-íris, mas todas as radiações abaixo ou acima dessa faixa permanecem escondidas.

Ok, então se 10 milhões não representa o total de cores e há muitas delas invisíveis, voltemos a colocar a pergunta: quantas cores há no mundo? Está na hora de explicar a resposta: b) infinitas.

A esta altura, já é possível calcular que a perceção das cores depende em grande parte das condições em que são vistas e que se resume a três pontos essenciais: o brilho da cor; a quantidade de iluminação e a interferência de outras cores nas redondezas. 

Para complicar, a perceção humana depende ainda de onde e como surge a cor, que tanto pode cobrir objetos e superfícies como aparecer em fontes de luz ou dentro de volumes. Só para complicar ainda mais as contas, as pessoas também não veem todas o mesmo, havendo sempre pequenas diferenças de caso para caso. E, como tal, se a variedade de condições, as formas de percecionar e a quantidade de tonalidades invisíveis aos olhos humanos são praticamente inesgotáveis, a resposta mais aproximada é o infinito.

Toda a verdade sobre o preto e o branco

 

 As cores podem não passar de ilusões da nossa cabeça ou serem até fruto da cultura e da aprendizagem 

 

Ou então zero, que nos leva por fim à resposta c) nenhuma.

Em última análise, podemos até concluir que a cor não existe. O que existe é a luz que molda toda a nossa perceção sobre as cores. A maioria dos humanos consegue distinguir uma cor da outra, mas a verdade é que elas não passam de fantasias coloridas da nossa cabeça. 

As cores são processadas pelo cérebro a partir de estímulos luminosos captados e transmitidos pelos olhos. Ou seja, a nossa visão interpreta a luz refletida ou absorvida nos objetos. Quando, por exemplo, todas as cores são refletidas, a cor que vemos é o branco. 

Em contrapartida, quando todas as cores são absorvidas, o preto é a cor que surge diante dos nossos olhos. As cores, como tal, podem muito bem não passar de ilusões ou serem até fruto de condicionalismos impostos pela cultura ou pela geografia. 

Os esquimós conseguem identificar e descrever dezenas de tonalidades de branco, o que é bastante útil para saber, por exemplo, se uma camada de gelo é frágil e não convém pisar. E os índios no Brasil conseguem ver muito mais variações de verde do que qualquer um de nós, sabendo exatamente quando uma planta está no ponto certo para ser colhida. E isto acontece porque a perceção das cores também depende do passado, da memória e da aprendizagem.

 

 😻 Este tema só fica completo com a leitura de: Quantas cores veem os animais?

Fontes consultadas: Rochester Institute ofTechology/ Munsell Color Science Laboratory BBC Mundo EstranhoCambridge In ColourRede Globo 
Fotos: Pixabay