Aos três anos, Louis Braille teve um acidente que o deixou cego da vista direita. Aos cinco, a infeção alastrou-se para o olho esquerdo e deixou-o perdido na escuridão. Aos 15 inventou um método para ler e escrever tão simples que até hoje é usado em todo o mundo.

Louis Braille sabe que não tem permissão para brincar na oficina, muito menos mexer nas ferramentas que o pai usa para fazer as selas e os arreios dos cavalos. Mas quando nos dizem que algo é proibido, mais vontade temos de fazer o contrário, verdade?

Ao ver-se sozinho, Louis pega numa sovela pontiaguda. Tenta furar a muito custo uma faixa grossa de couro, mas o instrumento escapa-lhe da mão e atinge o olho direito. As dores são insuportáveis e só as compressas de água fria ajudam a aliviar o sofrimento.

_ Porque é que as crianças nunca ouvem os mais velhos? – Pergunta Catherine enquanto enxuga as lágrimas do irmão mais novo. O mal está feito e a vista direita de Louis está irremediavelmente perdida.

As coisas pioram muito mais nos anos seguintes. A infeção alastra-se para olho esquerdo e, aos cinco anos, Louis Braille mergulha na mais profunda escuridão.

O que vai ser deste rapaz? – Pergunta o pai a si próprio ao vê-lo a tatear as paredes e os móveis. Nos primeiros anos do século XIX, não havia grande futuro para os cegos. Ou aprendiam ofícios simples como cestaria e tecelagem ou acabavam nas ruas a mendigar. É por isso que a escola é tão importante.

Só que as aulas são aborrecidas para Louis Braille. Ele é mais rápido a fazer contas de cabeça do que os colegas a contar pelos dedos. Mas o mesmo não acontece com a leitura e a escrita. Os professores não fazem a mínima ideia como ensinar as crianças cegas a ler e ele nem sequer sabe como é que se desenham as letras.

Ao ver o filho desanimado, o pai agarra numa tábua de madeira e crava várias tachas douradas até desenhar um A maiúsculo.

_ Isto é um A?

Louis Braille fica maravilhado ao sentir com o dedo a forma da letra e não tarda a pedir ao pai para martelar o resto do alfabeto na tábua. A experiência fá-lo ficar com mais vontade de aprender. O rapaz é tão esperto que até memoriza as lições e várias passagens de livros que os irmãos leem todas as noites para ele.

Uma oportunidade única

Louis Braille

Louis Braille consegue uma bolsa para estudar na única escola para cegos, em França.

A inteligência de Louis Braille dá nas vistas entre os professores da escola e não só. A marquesa de Orvilliers, senhora nobre e riquíssima da cidade, aconselha o pai a inscrever o filho na Escola Real dos Jovens Cegos, em Paris. É o único instituto para crianças cegas e, com tão poucas vagas, só alguns poderiam frequentá-lo.

_ Senhor Simon-René consegui uma vaga. É uma oportunidade única.

_ Mas eu não tenho posses para o meu filho estudar numa escola em Paris – diz o pai.

_ Não terá de se preocupar com isso, o instituto oferece uma bolsa de estudo aos alunos mais promissores.

O pai de Louis fica apreensivo. O filho não está preparado para viver longe da família nem tão pouco numa grande cidade como Paris. Louis Braille, porém, está empolgado.

– Madame, é verdade que eles têm livros para cegos?

_ Sim, é verdade – responde a marquesa comovida com o entusiasmo do miúdo.

_ Papá, por favor, deixa-me ir.

Como resistir? Pai e filho partem para Paris, mas, ao chegar à escola, Simon-René fica desapontado com o que vê. O edifício, junto ao rio Sena, é um casarão a cair aos bocados. O dormitório não tem janelas, as salas são escuras, as paredes húmidas e sombrias.

Louis Braille, naturalmente, não se apercebe das condições da escola, mas para ele, isso nem é o mais importante. Está mais interessado nos famosos livros que a escola usa para ensinar as crianças cegas a ler e a escrever. O diretor, contudo, refreia-lhe o entusiasmo.

_ Os livros são o bem mais precioso que temos e os alunos têm de trabalhar muito para mostrar que são merecedores de tal privilégio.

Louis acha a conversa estapafúrdia, mas só ao fim da primeira semana percebe que o diretor está mais interessado em fazer dinheiro do que na educação das crianças. Os alunos são obrigados a fazer chinelos para vender na cidade e castigados por coisas insignificantes.

Uma noite, quando todos dormem, ele entra às escondidas na biblioteca, tateando os móveis, as cadeiras, as estantes e os armários. Está tudo vazio, a não ser uma mesa com três grandes calhamaços dispostos um ao lado do outro.

Nesse mesmo momento, o diretor, acompanhado pelo senhor Pingnet, o seu adjunto, surpreendem o rapaz.

_ Quem autorizou a tua entrada aqui? – Grita Dufau.

_ Queria saber por que nunca me mostraram os livros e já percebi porquê. Só há três livros para cegos, não é verdade?

_ É verdade – admite Pingnier

O adolescente fica desatinado.

_ O senhor mentiu-me. Não há nenhuma biblioteca gigante!

_ Aqui não há tempo para livros! – Responde o diretor – Volta para o dormitório! Amanhã continuarás a fazer os chinelos, tal como os outros rapazes.

_ Eu não estou aqui para fazer chinelos, mas para aprender a ler e a escrever!

_ Basta de insolências e vai dormir se não quiseres passar o resto da semana trancado a pão e água.

Louis Braille sente-se encurralado. Não pode sequer escolher outra escola porque não há mais nenhuma para crianças cegas.

Dufau é um tirano do piorio, mas Pingnier não é como ele, embora se sinta impotente. Fazer livros para cegos é uma tarefa quase impossível. A única maneira, pouco eficaz, consiste em imprimir páginas inteiras com letras gigantes em relevo.

Um livro com 100 páginas, por exemplo, deverá ter 500 ou mais páginas e a pesar 10 ou 20 quilos para os cegos conseguirem ler. Quem estaria disposto a gastar tanto dinheiro para imprimi-los?

_ Estás a ver o problema não estás? – Perguntou Pingnet a Louis – o ideal é encontrar um sistema menos dispendioso e mais útil para os estudantes cegos.

Uma luzinha no horizonte

Louis Braille

O método usado por militares surge como uma esperança para as crianças cegas.

Nenhuma tentativa para alfabetizar cegos resultou até à data, mas os alunos andam entusiasmados com as notícias que Pingnet trouxe da cidade. Parece que há um novo método revolucionário usado entre os militares que pode mudar tudo.

Charles Barbier de La Serre foi à escola apresentar a sua invenção. O capitão de Artilharia do Exército de Luís XIII engendrou um código rudimentar de leitura a que chamou de escrita noturna, uma série de pontos e traços em relevo que pode ser lido com a ponta dos dedos.

_ Estava a ter muita dificuldade em enviar mensagens às minhas tropas durante a noite. As mensagens eram simples como por exemplo, avançar, retirar, aguardar, esse género de instruções necessárias num campo de batalha e que não podem atrair a atenção do inimigo. Foi então que tive a ideia de fazer sinais que pudessem ser lidos no escuro com simples toques dos dedos. Não foi algo que tenha inventado para as pessoas cegas, mas agora que estou aqui acho que é uma ótima ferramenta para aprender a ler e a escrever.

Os estudantes ficam calados, é difícil perceber a utilidade do invento sem uma demonstração prática.

_ Queira desculpar, capitão Barbier – interrompe Pingnier – posso sugerir que um dos nossos alunos teste a sua invenção durante alguns dias e depois dê a sua opinião antes de tomarmos uma decisão?

_ Porquê? Os alunos dizem ao diretor o que fazer e pensar? – Pergunta o capitão, desafiando Dufau, mas antes que ele respondesse, Pignier retoma a palavra.

_ Acreditamos que as pessoas cegas sabem avaliar melhor do que nós o que lhes é mais útil. Proponho que esse aluno seja Louis Braille. Ele é muito inteligente e estou certo de que daria conta do recado.

Barbier fica furioso. Como se atrevem a pedir a um fedelho de 13 anos para avaliar o meu sistema? – Pensou ele. A decisão, no entanto, está tomada e Louis Braille passa os dias seguintes a testar o modelo, reportando as suas conclusões ao capitão na semana seguinte.

_ O seu método de usar pontos e traços em relevo é exatamente o que precisamos capitão. Mas há muitos problemas que precisam ser resolvidos.

_ Muitos? – Pergunta Barbier abespinhado.

_ Não me leve a mal, capitão, acho que a sua invenção é um grande avanço, mas oito ou 10 pontos para representar uma letra é muito para memorizar e para tatear com apenas um dedo.

_ E o que propões?

_ Acho que precisa de algumas alterações, como por exemplo, pontuação, números ou um sistema que permita aprender a soletrar, coisas que não existem no seu sistema porque os pontos e traços apenas representam sons.

_ E por que raio um cego quereria aprender a soletrar? Não é suficiente aprender as regras básicas para ler e a escrever?

_ Nós precisamos de saber soletrar para escrever corretamente, tal como qualquer outra pessoa que vê, capitão!

Barbier levanta-se furioso e aproxima-se de Louis Braille com os olhos fumegantes de raiva.

_ Como as pessoas que veem?

_ Sim capitão. Uma criança cega terá de usar a gramática, como qualquer outra criança, e seu sistema não tem isso. O senhor não entende isso porque o senhor…

_ Porque vejo! Sim, eu sei! Por isso mesmo consigo ajudar. E se tu tivesses alguma gratidão agradecer-me-ias até ao fim dos teus dias.

Magnífico trabalho, Louis Braille!

O método que Louis desenvolve é imediatamente apreendido pelas crianças cegas, mas…

Barbier é mais caprichoso que uma criança birrenta, mas Louis Braille não desiste. Nos dois anos seguintes, dedica toda a energia a tentar encontrar um sistema mais eficaz. Quando está quase a terminar, volta à aldeia para visitar os pais, mas ninguém lhe põe a vista em cima de tão ocupado que está na oficina do pai a trabalhar no seu novo método.

Passa horas a furar folhas de papel com uma sovela, picotando combinações variadas de pontos, até reduzir no máximo a seis símbolos para cada letra, a quantidade certa para ser possível tatear com apenas um toque de dedo.

Louis Braille apresenta o resultado do trabalho ao pai, demonstrando como é a letra A no seu código.

_ Isto é um A? – Pergunta o pai maravilhado – e como é um B?

Louis mostra-lhe o alfabeto inteiro e ainda os números e a pontuação. O pai ajuda-o a construir uma prancha de madeira que prende as folhas e a régua usada para perfurar pontos.

Louis leva o trabalho para escola. Sem grandes trabalheiras, os colegas acham o modelo muito fácil. Pingnet, contudo, não perceber o alcance do método, mas o rapaz propõe um exercício.

_ Importa-se de pegar no jornal e ditar um pedaço de texto para eu transcrever?

Pignet agarra no jornal e começa a ler o primeiro texto que encontra.

_ Exilado, na ilha de Santa Helena, Napoleão encontra-se cada vez mais debilitado, recusando-se a ser assistido por médicos ingleses.

_ Pode ler mais depressa senhor Pingnet – interrompe Louis enquanto vai perfurando uma folha de papel.

_ Nos últimos meses, já nem se levanta do seu leito, dedicando os derradeiros esforços a redigir o seu testamento.

Louis termina a transcrição ao fim de alguns segundos. Pousa o alfinete, vira a folha ao contrário e começa a ler à medida que passa o dedo indicador sobre o picotado.

_ Exilado, na ilha de Santa Helena, Napoleão encontra-se cada vez mais debilitado, recusando-se a ser assistido por médicos ingleses. Nos últimos meses, já nem se levanta do seu leito, dedicando os derradeiros esforços a redigir o seu testamento.

Pingnet vai lendo o jornal, confirmando ao mesmo tempo que o rapaz consegue traduzir sem qualquer dificuldade o trecho que acabara de ler.

_ Tu conseguiste rapaz! Conseguiste!

_ Bem… A ideia original foi do capitão Barbier, eu só fiz alguns ajustes.

_ E que ajustes! Magnífico trabalho, não é senhor Dufau?

O diretor, não responde. Vira as costas e vai-se embora.

O sistema de Louis Braille é uma oportunidade única para os cegos, mas Dufau não quer saber disso. Proíbe o seu uso na escola e queima todas as transcrições que o rapaz fez de livros, castigando ainda qualquer aluno apanhado a usar o seu método para ler.

Se o sistema fosse adotado oficialmente, pensou ele, os professores iriam perder os seus empregos e os cegos seriam capazes de ensinar a eles próprios. Nunca iria permitir tal ousadia.

Mas Louis continua a transcrever às escondidas os livros de que mais gosta, entregando o trabalho a Pingnet para que ele possa mostrá-lo fora da escola. A manobra de bastidores entre os dois dá resultado e, ao fim de algumas semanas é, mais uma vez, a marquesa de Orvilliers a interessar-se pela proeza de Louis Braille.

_ Fui contactado por uma benfeitora do instituto que quer saber mais sobre o teu sistema, Louis. Caso ele se revele eficaz, está disposta a fazer uma boa doação ao instituto para adotarmos este modelo – diz Pingnet ao diretor.

Como o senhor Dufau só pensa em dinheiro, nem sequer hesita em atender ao pedido, muito embora imponha algumas condições. Desde logo, insiste em chamar também o capitão Barbier para mostrar o seu método. A ideia é que os dois compitam frente a frente para o conselho de administração do instituto decidir qual o mais indicado.

_ A nossa benfeitora parece estar certa que o teu sistema é o melhor, mas isso é algo que terá de ser demonstrado – pensa Dufau.

Um duelo pontilhado

Louis Braille

Braille e Barbier encontram-se de novo para cada um tentar provar que o seu método é o melhor.

A reunião acontece na semana seguinte e Louis Braille é o primeiro a apresentar o seu modelo. Entrega uma folha com um texto transcrito para o seu código a um aluno cego que, sem dificuldade, lê três ou quatro frases de uma assentada. O conselho fica boquiaberto e aplaude com entusiasmo.

_ Vamos lá acabar com esta farsa! – Interrompe o capitão Barbier – Claramente que este estudante teve de antemão acesso ao trecho para o memorizar e debitar agora como se estivesse a ler.

Louis levanta-se do seu lugar, respira fundo e desafia o capitão para um duelo entre os dois métodos.

_ Capitão Barbier, faça o favor de escolher qualquer aluno desta sala e qualquer trecho de qualquer livro para repetirmos a experiência seguindo as suas regras.

_ Pois é isso mesmo que vou fazer e demonstrar como este teu método não passa de uma intrujice!

Barbier escolhe dois alunos cegos que aguardam fora da sala enquanto ambos transcrevem uma passagem da Bíblia para o seu código.

Barbier usa uma quadrícula sobre uma folha cheia de buraquinhos que vai perfurando apressadamente, mas Louis Braille, com uma simples régua com traços e orifícios, consegue terminar a tarefa primeiro do que ele. O capitão acelera a transcrição, terminando uns minutinhos depois.

O primeiro aluno entra na sala, por coincidência, até é conhece muito bem o método de Barbier, pois não é a primeira vez que testa a metodologia. Ainda assim, não o suficiente para ler uma passagem cheia de palavras difíceis e frases longas. O rapazito atrapalha-se, não conseguindo sequer terminar as primeiras palavras.

_ Peço imensa desculpa, não consigo ler porque há demasiados pontos.

Barbier está furibundo, mas não tem outro remédio senão deixá-lo ir sem completar a leitura.

_ Louis Braille, faça o favor de avançar com a sua demonstração – ordena Dufau.

O segundo aluno entra na sala e começa, ainda hesitante, mas rapidamente apanha o ritmo e desengata o código sem dificuldade.

A marquesa aplaude de pé e todos os outros juntam-se a ela, exceto Barbier que agarra na sua invenção e sai da sala.

Tanto tempo perdido!

Louis Braille

Apesar de eficaz, o código de Louis Braille só é oficialmente reconhecido após a sua morte.

Poder-se-ia pensar que a partir de agora não haverá mais obstáculos a impedir o sistema de Louis Braille de entrar no ensino. Mas não. Muita gente resiste à mudança e o seu código acaba apenas a ser usado na Escola Real dos Jovens Cegos, em Paris, onde anos mais tarde Louis se torna professor.

Só muito tempo depois é que o sistema de Louis Braille teve um impacto enorme na vida dos cegos em todo o mundo. Ele nunca soube disso. Aos 26 anos ficou doente com tuberculose e morreu a 6 de janeiro de 1852, com 42 anos.

O reconhecimento oficial do seu trabalho chegou apenas um século depois da sua morte, quando os seus restos mortais foram transferidos o Panthéon de Paris. Por essa altura, o seu sistema já é amplamente conhecido em todo o mundo. Em 1854, dois anos após a sua morte, o código é oficialmente reconhecido como o melhor para ensinar crianças cegas a ler e a escrever. Pouco tempo depois, os livros em Louis Braille começam a ser impressos.

A internacionalização do Braille

Louis Braille

O código de Louis é hoje usado nos computadores, smartphones, relógios ou brinquedos.

A partir daí, o código é adotado no congresso de Paris, em 1878, como o modelo internacional para cegos. Um ano mais tarde, os alemães fazem o mesmo, acrescentando mais algumas letras ao alfabeto como o w e o trema colocado nas vogais ä, ö, ü (que representam, os fonemas: ae, oe, ue) e ainda o beta grego ß (que substitui em algumas palavras o “SS”).

O código ganha tanta visibilidade internacional que, nos finais do século XIX, surgem as primeiras máquinas de escrever para cegos e tipografias para livros em Braille.

Nos dias de hoje, a invenção de Louis pode até ser usada no computador, que imprime páginas e traduz do Braille e para o Braille. Mais espantoso, ainda, é o software que reconhece a voz e traduz para o Braille tudo o que se vê no monitor. Há muitas outras aplicações que usam o modelo de Louis como relógios, telemóveis ou brinquedos para montar e desmontar.

O Braille é hoje um sistema usado em dezenas de línguas, em inglês, em hindu, em árabe, em chinês ou em hebraico. É o código para qualquer cego ler e escrever em qualquer parte do mundo. E tudo graças a um rapaz que sempre acreditou que, não é por se ser cego, que se tem de viver na escuridão.

 3 perguntas a Louis Braille

👨🏿‍🦯Como funciona o teu código?

O Braille é um método de escrita e de leitura assente em 63 sinais em relevo. Os símbolos são dispostos em combinações variadas a não ultrapassar os seis pontos por célula. Cada sinal gráfico é apresentado num molde de 2 colunas e 3 linhas, formando uma casa ou uma célula. Só há duas formas de representar os pontos em relevo: levantados ou achatados. Estes pontos são saliências no papel com um espaço muito pequeno entre eles, para que os caracteres ocupem um espaço ínfimo, mas afastados o suficiente para serem facilmente tateados.

Como é feita a leitura?👨🏿‍🦯

A leitura é feita ao toque de um ou dois dedos indicadores ao mesmo tempo, embora haja quem use outros dedos. Para uma leitura sem paragens, o método de Braille exige ambas as mãos.

  • O dedo da mão direita deve seguir a linha até ao fim, começando do lado esquerdo e acabando na extremidade direita.
  • O indicador esquerdo deve descer para linha seguinte e começar a ler antes que a outra mão termine a linha anterior.
  • A mão direita vem depois ao encontro da esquerda e prossegue a partir do ponto em que esta parou.

O código prevê combinações de pontos para todas as letras e para a pontuação da maioria dos alfabetos. Quanto mais prática, maior a velocidade de leitura, podendo as pessoas cegas ler até 200 palavras por minuto.

Que materiais são precisos para escrever em Braille?

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A escrita Braille necessita de uma folha mais grossa que o normal, uma placa plástica ou metálica com várias linhas e células (pauta Braille) e um punção, uma espécie de estilete com a ponta arredondada, usado para perfurar o papel. A folha é colocada em cima dessa placa e com o estilete perfura-se o papel, seguindo as linhas e as células da pauta. O papel é marcado da direita para a esquerda. Ao terminar, vira-se a folha do avesso e passa-se o dedo por cima do picotado, lendo da direita para a esquerda.

Fontes consultadas:Ligue Braille | Snof | Associação de Cegos Louis Braille |

Não percas, também, a homenagem do Bicho-que-Morde a um grande homem da música: As nove sinfonias de Beethoven.