Por que usam e abusam os portugueses dos diminutivos?

diminutivos

Não se percebe a razão para os sociólogos, os antropólogos ou os filósofos ainda não se terem debruçado seriamente sobre este assunto da maior importância: por que gostam tanto os portugueses dos diminutivos, como os inhos ou os zitos? Seja um convite para um cafezinho, um obrigadinho/a para agradecer, um coitadinho para lamentar ou um beijinho na despedida. ❤️

Em cada dúzia de palavras trocadas numa conversa, há um ou dois diminutivos para reduzir ou suavizar o tamanho das coisas, das pessoas, dos lugares ou de sentimentos. Nada a ver com o «poquito», o «despacito» ou sequer com os restantes quatro sufixosillo/azuelo – ín/ina e ecito/a – dos hispânicos. Nem com as cinco diferentes terminações do holandêsjetjeetjepje e –kje.

Nenhum deles bate as cerca de três dezenas de sufixos na pontinha da língua portuguesa. O inglês também tem os seus casos curiosos como o «daddy», o «sweetie» ou o «tinny».

Mas, não são como os nossos diminutivos, em que basta colar três ou quatro letrinhas no finalzinho da palavra – geralmente um «INHO» ou um «ZITO» -, e já está! Um rapazinho, por exemplo, será sempre um «little/small boy» entre os anglo-saxónicos. E, já agora, um petit garçon entre os francófonos ou um kleiner junge para os alemães.

Há muitas línguas por este mundo fora a usar o diminutivo.

Exceção, talvez, para os nórdicos, como os dinamarqueses ou os suecos, que não perdem tempo com essas pieguices.

O português, esse, usa e abusa deles. Os sufixos podem ser colados aos pronomes (euzinha ou aquelazinha, populares entre os brasileiros), aos substantivos (peixinho, solzinho, friozinho), aos adjetivos (quentinho, bonzinho, gordinho) e até aos advérbios (devagarinho, pertinho, direitinho).

🌦 Chuvisco de sufixos

A variedade põe a cabeça a andar à roda. Não é só o INHO(A) e o ZINHO(A). Há ainda a SITA(O)/ZITA(O) para casita ou rapazito, por exemplo. O ISCAR para mordiscar ou chuviscar. Ou ISCO para marisco (pequeno animal do mar) e para asterisco que, na sua origem, é um astro mínimo na vastidão do universo.

Há também CULA(O) para película, cutícula (pele) ou gotícula, diminutivo de gota – que, por sinal, já é minúscula, mas alguém julgou não ser suficiente. Querem mais? EBRE para casebre, EJO para lugarejo, ECO para jornaleco, OCA para engenhoca, OTE para frangote, ITO para canito, ETE para murete, ILA para moçoila, ELHO para fedelho, ILHA para cartilha, INO para pequenino, UCHO para gorducho, USCO para chamusco, IM para pasquim e ICHO para rabicho.

E, agora, já chega? Só mais um porque tem mesmo piada (ou piadinha para não destoar): ELA para costela (costa), goela (do latim gulella, diminutivo de gula, garganta), ou tabela (do latim tabella, diminutivo de tabula, tábua).

Serve este último exemplo para introduzir peso do latim nos sufixos da nossa língua. Muitos diminutivos, aliás, deixaram de o ser há muito tempo, assumindo-se hoje como palavras de corpo inteiro.

Só mergulhando na sua raiz latina é que se descobre que, antes de serem mais, já foram menos.

O músculo, do latim musculu, é composto pela palavra mus (rato) + culo, que é a sua terminação diminutiva. Do mus saiu o mouse em inglês (ratinho em português). E por que está este roedor dos laboratórios associado ao músculo? A resposta está nos seus rápidos movimentos de contração e relaxamento.

Outro exemplo é caneta, um tubinho (ou cana) com uma ponta na extremidade. Cana veio do latim canna que, quando é pequena, é uma simples caneta, mas quando cresce vira um canhão.

O diminutivo até deu origem a novas espécies no reino dos insetos, sabiam? A mosca, se for da fruta, passa a mosquinha. Toda a gente sabe disso, mas, e o mosquito? Ah, pois… não é possível reduzi-lo mais ainda porque ele, coitadinho, já tem a sua raiz na palavra mosca + diminutivo ITO.

😵Enganadores e com muitos significados

Os diminutivos estão de tal forma enrolados na nossa língua que nem os nomes próprios escapam – Marianinha, Joãozinho, Fatinha ou Nandinho. Há quem ache ser um sinal de fraqueza. Deve ser por isso que, muitos deles, não têm permissão para sair de casa: Jojó é só para os amigos e família, e o mesmo para Sãozinha ou Nelito. Mas nem no caso dos nomes, nem noutro qualquer, será fraqueza. Quando muito intimidade.

Para quem não está familiarizado com a língua portuguesa, os diminutivos são muito enganadores. Só aqui, entre nós, sabemos a diferença entre dar um jeito e um «jeitinho». E que esperar um minuto não é o mesmo que «esperar um minutinho» (geralmente é sempre mais, há que reconhecer).

No capítulo do tempo, aliás, os sufixos conseguem ser tão precisos como um relógio suíço. Noitinha é noite que está prestes a começar, cedinho são as primeiras horas da manhã e tardinha não é muito tarde, mas também já não é cedo.

É preciso conhecer bem esta língua para perceber que, apesar dos seus minúsculos tamanhos, eles podem ser carinhosos, ofensivos ou depreciativos. Tudo depende daquela entoaçãozinha que se coloca na voz.

Exemplos, vamos a isso:

«Não há nada como a comidinha da mamã!» A comidinha aqui é o amor a transbordar pela panela. Mas quando «está na hora de ter uma conversinha», já sabemos que esse amor está suspenso e vem aí um ralhete.

Quando ouvimos «vidinha de sempre», desconfiamos que esse alguém está entediado com os seus dias. Mas, se nos responderem «é só uma constipaçãozinha», já sabemos que o mal-estar tem pouca importância.

Os sufixos são também muito eficientes para demonstrar irritação: «Não aguento mais o fedelho mimado!», desprezo: “Homenzinho insuportável!”, mas também um pouquinho de compaixão: «Coitadinho…».

E até para mostrar que algo é insuficiente: “Foi só uma semanita de férias, passou a correr.».

Por fim, os multifacetados diminutivos servem para a missão mais literal de todas. Sublinhar simplesmente a pequenez de algo: «Os duendes da floresta vivem escondidos na casota debaixo de um pinheiro.»

Antes da despedida, não queres ler: «Mentirinhas e traições da língua portuguesa»?

Agora é que é: adeusinho! 😘

Quantas cores conseguem os animais ver?

visão dos animais

A visão dos animais adaptou-se de muitas maneiras para assegurar a sobrevivência. E, como tal, os olhos de diferentes espécies têm também características diferentes. Gatos e cães veem o mundo em tons de azul e amarelo, peixes e moscas até conseguem detetar a luz ultravioleta, as vacas distinguem sobretudo as cores quentes e os tubarões só se orientam por luz e sombra. Mas, para entender melhor a visão tanto de bichos como de humanos, será preciso ver como é que ela funciona por dentro. Vamos a isso?

Na visão dos animais ou de humanos, o olho tem sempre dois tipos de células sensíveis à luz: os cones e os bastonetes, cada um especializado em captar um aspeto distinto da luz. Os bastonetes reagem à intensidade luminosa, baixa ou alta, que ajuda a ver de noite ou em condições com pouca visibilidade. Os cones fazem a leitura das cores, isto é, das frequências da luz.

Os humanos, por exemplo, possuem três tipos diferentes de cones na retina, correspondendo a três frequências diferentes, a luz azul, a luz verde e a luz vermelha. Os cães e os gatos, por outro lado, têm apenas dois tipos de cones, conseguindo ver unicamente o azul e o amarelo ou os resultados da mistura destas duas cores. Em contrapartida, a quantidade de bastonetes é superior, o que faz com que tenham uma visão noturna superior, vendo 4 a 5 vezes melhor do que nós na escuridão.

Há outros animais que distinguem muito mais cores do que os humanos. Exemplos há muitos, como a tartaruga que, dependendo da espécie, chega a ter até seis tipos de cones, aumentado a capacidade para discernir e comparar tonalidades de cores de uma forma muita mais nítida e aumentada.

No extremo oposto, existem animais, que além de bastonetes, só têm um tipo de cone, como algumas espécies de tubarões, focas, baleias ou polvos. E para distinguir cores são precisos, no mínimo, dois cones. É por isso que estas criaturas aquáticas vivem num mundo de sombras, umas mais claras (com mais luz) e outras mais escuras (com menos luz).

E ainda há animais com células sensíveis a frequências que escapam ao espectro eletromagnético dos humanos. É essa particularidade que, por exemplo, permite às abelhas ver a luz ultravioleta, detetando padrões de pétalas de flores que mostram onde se esconde o néctar.

Agora que já sabemos algumas coisas importantes sobre a visão dos animais e dos humanos, o Bichinho das Contas tem o prazer de apresentar algumas das cores no reino dos animais.

🐶🐱Cães e gatos

O mundo para cães e gatos é dominado por tons azuis e amarelos, podendo ainda ver tonalidades de azul e de vermelho. O verde é que não existe. Em contrapartida, conseguem distinguir vários matizes de cinzentos, tendo ainda visão noturna que os torna bons caçadores em ambientes mal iluminados.

Os cães e os gatos escondem, por baixo da retina, uma camada refletora (Tapete lucidum) que intensifica a visão em condições de pouca luz. Essa é aliás a explicação para os seus olhos brilharem quando, durante a noite, alguém aponta uma lanterna, um farol do carro ou um flash de uma máquina fotográfica.

🐠Peixes

Além das cores, os peixes veem a luz ultravioleta. Essas cores, contudo, vão desbotando quanto mais fundo estiverem no mar. As cores quentes, como o vermelho e o laranja, são as primeiras a desaparecer e logo a seguir é o amarelo. À medida que a profundidade aumenta e a luz diminui, mais reduzida é a palete de cores, o azul e o verde são as últimas cores a desaparecer.

Moscas

Têm olhos compostos, como se tivessem milhares de olhinhos a formar uma imagem e são até capazes de ver os objetos que surgem pelas costas. Detetam também a luz ultravioleta e, para elas, o tempo é muito mais lento, parecendo que tudo se move em câmara lenta. Por isso, quando achamos que somos ultrarrápidos a apanhá-las, aos olhos das moscas, somos tão lentos como os caracóis.

 🐍Cobras

As cobras têm muita dificuldade em ver durante o dia, reagindo sobretudo aos movimentos das presas. É à noite que a visão dela se torna mais apurada, podendo ver a radiação térmica dos animais e humanos 10 vezes melhor do que os dispositivos infravermelhos mais sofisticados.

🐭Ratos

Cada olho mexe separadamente, permitindo ao rato ver duas imagens ao mesmo tempo. Ele apena distingue duas cores básicas: verde a azul-ultravioleta. Para o rato, o mundo é desfocado, vagaroso e em tons de azul.

🐄🐄Vacas

Tal como os cães e gatos, as vacas também têm no fundo dos olhos a tal camada refletora (Tapetum lucidum), que lhes permite ver bem quando a luz escasseia. Elas distinguem sobretudo as cores de comprimento de onda longa ou intermédia (laranja, vermelho, amarelo-verde e amarelo), mas têm muita dificuldade em ver as cores de comprimento de onda curta, como o azul, o cinzento, alguns verdes e, principalmente, o violeta.

Abelhas 🐝

Detetam as cores três vezes mais rápido que um humano, conseguindo ver ainda os raios ultravioleta. São essas habilidades que permitem às abelhas desviar-se de objetos, identificar orifícios e entradas minúsculos, como os favos das colmeias, e encontrarem ainda o néctar das flores.

🦜Aves

Têm quatro tipos de cones nos olhos, podendo distinguir as cores muito melhor do que os humanos. Essa capacidade é-lhes bastante útil para distinguir os seus ovos das outras espécies bem como para os proteger dos predadores.

🦎Camaleões

Conseguem mover cada olho separadamente, captar as cores, a luz ultravioleta e ainda ver tudo em 360 graus. Contudo, é a capacidade para mudar de cor de pele que torna estes repteis tão fascinantes. Além de ser uma camuflagem para se protegerem ou atacarem as presas, estudos recentes mostraram também que a mudança de cores é uma forma de comunicarem uns com os outros.

🦈Tubarões

A maioria das espécies tem apenas um tipo de cone na retina, não podendo, por isso, distinguir as cores. Para compensar, têm uma forte sensibilidade debaixo de água, distinguindo vários tipos de sombras e captando o mínimo movimento.

Este tema só fica completo com a leitura de: Quantas cores tem o mundo?

Fontes consultadasTerra | Visão Vet | Live Out Doors | Rato de casa | Entra na Ciência | Incrível.club

Por que celebramos o Natal a 25 de dezembro?

Terá Jesus nascido a 25 de dezembro? Nunca saberemos, mas, por coincidir com muitas festividades pagãs, a data acabou por ser a mais conveniente para o Império Romano e para a Igreja. Descobre aqui a origem da maior celebração cristã e… Feliz Natal 2023!

25 de dezembro

De cada vez que dezembro bate à porta, o espírito natalício invade as nossas cidades, iluminando ruas e montras para mostrar que entramos em contagem decrescente até ao Natal. A tradição já tem barbas, mais longas até que as do Pai Natal. Mas, sem uma certidão de nascimento – ou qualquer outro registo oficial – o dia 25 de dezembro, celebrado como a data em que Jesus nasceu, parece ser um dia escolhido com pouco rigor histórico.

Alguns estudiosos da Bíblia desconfiam, inclusive, que a data mais aproximada estará algures no início da primavera.

25 de dezembro

O que faz algum sentido, pois em que outra altura do ano haveria tantas ovelhinhas e pastores a rondar a manjedoura do Menino Jesus?

Certezas não há e, como os cristãos só começaram a festejar o Natal por volta do século 2 ou 3, fica ainda mais complicado saber.

O que há, em contrapartida, são muitas teorias, mas é o historiador cristão romano Sextus Julius Africanus, um dos primeiros responsáveis por que hoje celebramos o Natal a 25 de dezembro. Após fazer uns cálculos, baseados na data em que o Mundo teria sido criado, ele estimou que Maria terá ficado grávida a 25 de março e que, precisamente nove meses depois, nasceria Jesus.

O curioso é que a data escolhida por Sextus calha no mesmo dia das celebrações da divindade Sol Invictus – feriado que, no Império Romano do século 3, marca a chegada dos dias mais longos após o solstício de Inverno. Nem por acaso, a festividade tem algumas semelhanças com o nosso Natal, já que os romanos também trocavam presentes entre amigos e família.

Outra estranha coincidência é o aniversário da divindade indo-europeia Mithra, deus da luz e da lealdade, também acontecer a 25 de dezembro. E como não há duas sem três, os romanos festejavam ainda a Satrunália, festival em honra ao deus Saturno, que começava a 17 de dezembro, no Calendário juliano, e se estendia até 25 de dezembro.

25 de dezembro

Dezembro era por isso um mês frenético para os romanos, com festas, bebedeiras e muita folia concentrada sobretudo no dia 25.

O primeiro registo conhecido da celebração do Natal a 25 de dezembro é de 336, ano em que Constantino era o imperador de Roma. Convertido ao cristianismo e praticante devoto, ele já tinha sido responsável por emitir o Édito de Milão, que condenava qualquer tipo de perseguição aos cristãos.

Alguns estudiosos da Bíblia acreditam, por isso, que Constantino estava tremendamente empenhado em tornar o cristianismo na religião dominante de Roma. A escolha do dia 25 de dezembro para celebrar o Natal poderá, como tal, ter sido uma estratégia para enfraquecer as festas pagãs e atribuir maior importância às festividades natalícias.

O certo é que, no final do século 4, os bispos cristãos já celebravam a Missa de Natal por toda a Roma, e as festas pagãs estavam há muito fora de moda. Por que motivo a Igreja também adotou a data é uma incógnita, mas acredita-se que, por detrás desta escolha, esteve uma estratégia de marketing para angariar mais crentes. Dado que os romanos já estavam mais do que habituados a festejar o 25 de dezembro, a Igreja poderia ter tentado atrair mais seguidores para a sua religião.

A data, no entanto, só foi amplamente adotada no Império Romano do Ocidente, que tinha na cidade de Roma a sua capital. O Império Bizantino, com a capital em Constantinopla, optou por celebrar o aniversário de Jesus a 6 de janeiro. Mas, por volta do século 9, o Natal já era uma grande festa cristã em praticamente todo o mundo ocidental.

Se ficaste um bocadinho dececionada/o por não haver certezas sobre a data de aniversário de Jesus, lembra-te da velha máxima: O Natal é sempre que os homens [mulheres e crianças também!!!] quiserem. ☃️

Um feliz Natal para todos!

25 de dezembro

25 de dezembro
Aproveita a quadra para jogar ao quiz «Os segredos escondidos nos contos de Natal».
🤶
E, se sobrar tempo, descobre também por que festejamos o nosso aniversário?

Por que é tão fácil acreditar nas fake news?

Fake News

Se toda a gente partilha uma notícia é porque só pode ser verdade, certo? Não! Nem tudo o que aparece no Facebook, no Youtube, no Tik Tok ou no WhatsApp é de confiança. Saber como funcionam estas plataformas digitais é o primeiro passo para entender como uma fake news se transforma rapidamente numa praga. Vamos lá, então, desmontar a lógica das redes sociais para descobrir como as notícias podem ser distorcidas, espalhando o medo, a violência e a confusão.


Uma fake news é como um vírus que encontrou, no seu caminho, uma multidão para se reproduzir ininterruptamente. A comparação ajuda a compreender como uma notícia falsa se pode alastrar, destruindo o bom nome de pessoas, virando uns contra os outros, desacreditando a ciência ou pondo a nossa saúde em perigo.

A teoria dos  matemáticos da Universidade do Indiana, nos Estados Unidos, mostra justamente como as fake news seguem o mesmo percurso de um vírus,  infetando o máximo de pessoas até virar uma pandemia. Para a missão ser bem-sucedida, no entanto, há pelo menos três conspiradores que precisam de trabalhar juntos nas redes sociais.

👆 Passa com o dedo ou com o cursor em cima dos retângulos para conhecer quais são.

▪▫▪ abundantes quantidades de informação a circular;

▪▫▪ pouco tempo para prestar atenção a tudo e selecionar o que vale a pena partilhar;

▪▫▪ e, por fim, as partilhas intuitivas e impulsivas.

Estão, então, reunidas as condições para as piores notícias começarem a circular. Mas, antes de tudo, não se esqueçam que, para qualquer disparate se tornar viral, é preciso que alguém carregue num botão. No universo paralelo das redes sociais, cada pessoa é um pontinho ou um nó ligado a outros pontinhos que representam os amigos e seguidores. Tudo o que fazemos, por isso, terá sempre uma reação em cadeia.

Tal como acontece com uma gripe, ao estarmos expostos a uma notícia falsa, a probabilidade de sermos contagiados/as é grande. Mas, se no caso do vírus, basta uma espécie para originar uma pandemia, as variedades das fake news são múltiplas e a disparar para áreas tão distintas como saúde, educação, política, ambiente, cultura, desporto… tudo! Enquanto os virologistas têm de encontrar a vacina contra uma estirpe da gripe de cada vez, o número de disparates a circular nas redes sociais é assustadoramente espantoso.

Por detrás de cada fake news, está sempre alguém que montou uma fábrica de notícias falsas para atrair um maior número de pessoas ao seu website. O processo envolve várias etapas, como roubar conteúdos de outros sites, adulterá-los e fazê-los passar por verdadeiros. O intuito é tirar o máximo lucro com as receitas dos anúncios, mas também há quem queira influenciar as crenças e os ideais políticos. A estratégia só resulta usando as redes sociais, o trampolim para angariar o maior número de visitantes. Um dos truques muito comum é criar falsos perfis nas redes sociais e publicar os artigos, geralmente sensacionalistas, em grupos do Facebook, por exemplo.

Como um disparate se torna credível

fake news

As notícias falsas sobre o 5G e a pandemia geraram medo e protestos na rua por toda a Europa.

O que também é espantoso é a capacidade de uma mentira altamente improvável se tornar viral em menos de nada. A esse fenómeno, os especialistas chamam de «reforço social» e acontece quando o mesmo disparate é sucessivamente partilhado pelos vários pontinhos que constituem a nossa rede. Se, por exemplo, lermos nos nossos feeds «As antenas 5G transmitem a covid-19» ou «as vacinas contra o SARS-COV-2 contêm chips usados para controlar a população através de antenas 5G», o nosso primeiro instinto será pensar: «Isso é ridículo!».

Entretanto, vemos um segundo post a dizer o mesmo e, depois, outro e outro e outro. Às tantas, o que nos parecia ridículo torna-se possível, aumentando a probabilidade de virmos também a partilhar o disparate com os outros pontinhos da nossa rede. Essa é uma forma simples de explicar os mecanismos da mente. O processo, no entanto, é muito mais complexo e não está inteiramente decifrado.

Há vários investigadores que, neste momento, estão a explorar os intrincados artifícios mentais que levam a que uma determinada fake news seja partilhada em vez de outra qualquer. As notícias falsas sobre as redes 5G demonstraram, por exemplo, como muitas outras causas podem funcionar como uma caixa de ressonância. Os exemplos do 5G, retirados do Portal 5G da Anacom, não são fictícios. São casos reais de informações falsas que circularam nas redes sociais, provocando medo e até revoltas nas ruas em muitos países como Portugal, Inglaterra, Estados Unidos ou Austrália.

E o momento em que surgiram nas redes sociais foi decisivo para serem propagados a uma velocidade estonteante. A instalação das redes 5G coincidiu com o auge da pandemia. Confinados em casa e aterrorizados perante um vírus medonho e desconhecido, muita gente refugiou-se nas redes sociais para esquecer o isolamento. São, por isso, vários os botões que podem desencadear uma pandemia de notícias falsas.

A lei cega do algoritmo

Fake News

O algoritmo identifica padrões de comportamentos e determina o que vemos nas redes sociais.

O principal botão, aliás, está no uso das novas tecnologias que dão o impulso para as fake news acertarem em cheio nos seus alvos. Todos já ouvimos falar do famoso algoritmo e não é por acaso. Ele é um dos maiores responsáveis por acelerar a velocidade com que as notícias falsas se alastram como uma praga.

Noah Giansiracusa, professor de Matemática da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, explica no livro «Como os Algoritmos Criam e Previnem Notícias Falsas», que a inteligência artificial (IA) pode ajudar a combater as mentiras a circular nas redes sociais. Só que, por enquanto, estes softwares programados para pensar como humanos apenas têm contribuído para aumentar a loucura.

A sua investigação está sobretudo focada em algoritmos de aprendizagem profunda e inteligência artificial (DeepLearning.AI), programas especializados que permitem aos computadores identificar padrões entre diferentes conjuntos de dados. Sempre que estamos no Facebook, no YouTube ou no Tik Tok, por exemplo, deixamos um rasto de migalhas digitais. Juntando todas estas partículas, é possível ficar a saber do que gostamos, o que partilhamos, o que lemos ou vemos na Internet. Toda essa informação é processada por algoritmos de IA e usada para prever e influenciar o nosso comportamento da próxima vez que estivermos a navegar em websites ou redes sociais.

O objetivo do algoritmo não é contaminar toda a gente com notícias falsas, naturalmente. Ele está antes concentrado em identificar quais os anúncios que chamam a nossa atenção. Temos a tendência para encarar as redes sociais e os motores de busca como plataformas que ajudam a procurar e a filtrar a informação. O que é verdade, em parte, mas Noah Giansiracusa alerta para um detalhe que geralmente não damos muita importância. O Facebook, o Youtube ou o Google são, antes de qualquer outra coisa, empresas. A sua razão de existir, portanto, passa por captar a atenção do maior número de clientes e com isso maximizar os lucros.

Romper a bolha virtual

fake news

Perceber qual é a lógica por detrás de uma notícia falsa é meio caminho para travá-la.

 Mas os algoritmos de aprendizagem, concebidos para imitar a inteligência humana, não sabem distinguir o falso do verdadeiro, guiando-se cegamente pelo nosso padrão de comportamento. O que fazer então para lutar contra a obsessão do algoritmo?

Desmontar e perceber qual é o mecanismo que ele usa para nos cativar será o primeiro passo. O outro é, talvez, perceber que as redes sociais não são o único lugar onde procurar a informação e divertimento.

A Matemática, por exemplo, dá uma ajuda, mostrando como as estatísticas podem ser distorcidas. A História também dá lições sobre como ao longo do tempo foram vários os regimes a usar campanhas de propaganda para manipular a opinião pública. A Arte pode demonstrar como as imagens são facilmente modificadas. A verdade é que todas as disciplinas dão o seu contributo, tal como os bons livros que lês, o cinema, o teatro, os museus, os jornais – que estão a atravessar um mau bocado com a falta de leitores – ou as conversas sobre mil e um temas interessantes com os teus pais, amigos ou professores.

Ou seja, praticamente tudo pode servir para construir um pensamento crítico, que ajuda a saber verificar factos, interpretar e avaliar as notícias. As redes sociais, guiadas pelas leis do algoritmo, são bolhas virtuais. Se não tivermos cuidado, elas afastam-nos de tudo o que é real. E a vida, essa, só acontece quando damos o salto para fora delas.

👶Nem mesmo a propósito, lê também sobre a quantidade de enganos em que ainda acreditamos

Por que devemos agradecer ao fígado todos os dias?

Fígado

Idolatramos o cérebro por ser o suprassumo da inteligência. Amamos o coração por espalhar amor pela circulação sanguínea. Adoramos o sistema digestivo por não nos deixar passar fome. E somos eternamente gratos ao aparelho respiratório, a nossa brisa fresca todos os segundos. Mas, e o fígado, por que nunca nos lembramos dele? Para acabar com tamanha injustiça, o Bicho-que-Morde presta-lhe uma humilde homenagem. Obrigado, querido fígado, sem ti não poderíamos apreciar o lado belo da vida. Está na hora de reconhecer tudo o que fazes pela nossa saúde.


O fígado é aquele colega estranho e antissocial que todas as empresas têm. É tão tímido que nem se dá pela sua presença. Mas ele não se importa, nem sequer leva a mal que ninguém pergunte o que faz encafuado no seu escritório. Até ao dia em que adoece. É então que toda a gente põe as mãos na cabeça e grita em desespero:

_E agora, o que vai ser de nós?!

Antes de chegar a esse ponto, vamos descobrir quais as suas funções e prestar-lhe a devida atenção.

O fígado é um funcionário multifacetado e com muitos talentos. Ele é como um rececionista, que verifica e regista toda a correspondência. É também o responsável do armazém, que decide o que guardar, o que deitar fora e o que pode ser reaproveitado. E é, ainda, o gestor de crises, que sabe exatamente o que fazer quando há falhas de fornecimento na central de energia.

O fígado, um dos maiores órgãos do corpo humano, está ligado ao tubo digestivo através da veia porta hepática. Por essa abertura passam praticamente todos os nutrientes, mas também as substâncias nocivas que ingerimos. Assim que chegam ao seu território, as hormonas e vitaminas são cuidadosamente retiradas e recicladas. As bactérias, essas, são imediatamente eliminadas. As células sanguíneas antigas, após filtradas e decompostas, servem para fabricar a bilirrubina, que o corpo expulsa através das fezes e da urina.

Nenhum inimigo escapa!

Fígado

O fígado neutraliza todas as substâncias tóxicas maleficamente introduzidas pelos inimigos.

O fígado é um estratega de mão cheia, conhece mil e um artifícios para neutralizar as substâncias tóxicas maleficamente introduzidas pelos nossos inimigos. O álcool, por exemplo, é imediatamente reduzido a acetaldeído, um composto com menos hidrogénio. Como ele ainda tenta resistir, é transformado de seguida em ácido acético, substância presente no vinagre. Finalmente, já completamente derrotado, só lhe resta aceitar ser expulso do organismo em forma de água e CO2.

O fígado produz também até um litro de bílis todos os dias, um líquido verde-oliva, que vai diretamente para a vesícula biliar e para o intestino delgado (duodeno), ajudando o organismo a decompor e a absorver a gordura.

Entre inúmeras outras tarefas, ele também é responsável por regular a doçura no sangue. Após uma grande almoçarada, o fígado retém o excesso de açúcar – sob a forma de glicogénio -, soltando-o mais tarde, quando os níveis estão em baixo. O mesmo acontece, aliás, com vitaminas e minerais, como o ferro e o cobre, libertados pelo fígado sempre que necessário.

O seu papel é ainda decisivo no metabolismo das proteínas: as células hepáticas alteram os aminoácidos nos alimentos para serem usados na produção de energia, hidratos de carbono ou gorduras. Deste processo, resulta o amoníaco, uma substância tóxica, convertida em ureia pelo fígado, permitindo aos rins expulsá-lo através da urina.

Não abusem da generosidade!

Fígado

Ao exagerar no sal, açúcar e gordura,o fígado, torna-se incapaz de nos proteger.

Já deu para perceber que o fígado é um funcionário altamente especializado e muito competente. Mas, se lhe dermos demasiadas preocupações, pode rapidamente entrar em burnout. É inteiramente compreensível, não acham? Ninguém aguenta estar sempre a trabalhar. Sem tempo para a família, nem fins de semana para ver a bola, ir ao cinema ou ler um bom livro antes de ir para a cama.

Ao sobrecarregá-lo com açúcar, sal, gordura ou refeições pobres em fibras e vitaminas e, se ainda por cima, não mexemos um dedo para queimar as calorias, está-se mesmo a ver qual será o resultado. É o desrespeito pelo seu trabalho que faz um bom fígado virar um mau fígado. O nosso melhor funcionário deixa subitamente de dar conta do recado. Perde a concentração, comete falhas a torto e a direito e regressa a casa exausto e desanimado.

O que talvez não saibam é que, mesmo cansado e maltratado, o fígado faz das tripas-coração para nos dar uma segunda oportunidade.

Ele é o único órgão do corpo humano capaz de se regenerar sem deixar marcas ou cicatrizes.

Basta que, para isso, entre no bloco operatório e peça ao cirurgião para lhe remover o tecido doente. Se mais de metade da sua superfície estiver saudável, conseguirá em pouco tempo voltar à boa forma (e tamanho) de sempre.

Mas não julguem que o milagre se pode multiplicar vezes sem conta. Todos temos um limite e, nisso, o fígado não é diferente dos restantes mortais. É por isso que devemos dar-lhe férias e fins de semana, um direito, aliás, de todos os estudantes e trabalhadores. Podem estar certos de que, ao sentir-se amado e reconhecido, o fígado continuará a trabalhar alegremente pela nossa felicidade.

🤯Aproveita também para descobrir quantos malabarismos faz o cérebro.

Quiz. Descobre o herói ou a heroína da tua terra

Heróis heroínas

Procura pela tua cidade ou vila e descobre quem é o ORGULHO lá da terra. Muitos ficaram de fora desta lista, como ficaram também milhares heróis e heroínas anónimos. Seriam precisas várias bibliotecas para incluir todos e todas que merecem ser lembrados/as. Quando estiveres desesperançado/a com a vida, lembra-te que, em cada bairro, há alguém que faz qualquer coisa de extraordinário, mudando o mundo todos os dias.


heróis heroínas

 🦉ABRANTES

Carrega aqui para descobrir o herói ou heroína desta cidade.
Maria de Loures Pintassilgo, engenheira química e, até à data, a única mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra em Portugal, nasceu na freguesia de São João, em Abrantes, no dia 18 de janeiro de 1930. Morreu em Lisboa, no dia 10 de julho de 2004.

😺 ÁGUEDA

Carrega aqui para descobrir o herói ou heroína desta cidade.
Adolfo Rodrigues da Costa Portela, poeta e escritor, nasceu a 16 de agosto de 1866, em Águeda, e morreu a 17 de novembro de 1923.

🐱 ALIJÓ

Carrega aqui para descobrir o herói ou heroína desta cidade.
Teixeira Lopes, Pai foi escultor e ceramista, autor de obras conhecidas como a estátua de D. Pedro V para a Praça da Batalha, o «Baptismo de Cristo», baixo-relevo em bronze para a capela batismal da Sé Catedral do Porto, ou as «Alminhas da Ponte», baixo-relevo em bronze colocado nos arcos da Ribeira do Porto. Nasceu em São Mamede de Ribatua, em Alijó, no dia 24 de fevereiro de 1837 e morreu em Vila Nova de Gaia, a 16 de março de 1918. 

🐸 ALMADA

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Columbano Bordalo Pinheiro, pintor naturalista e realista, nasceu na freguesia de Cacilhas em Almada, no dia 21 de novembro de 1857. Morreu a 6 de novembro de 1929.

 🐑 ALCÁCER DO SAL

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Pedro Nunes nasceu em Alcácer do Sal no ano de 1502. Matemático e um dos maiores vultos da ciência, no seu tempo, ocupou o importante cargo de de cosmógrafo-mor na corte portuguesa. A cidade homenageou-o com uma praça com o seu nome e uma estátua de ferro.

 🦆ALCOBAÇA

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Virgínia Vitorino foi professora, poeta e dramaturga portuguesa e é considerada uma das mulheres mais influentes das Letras na primeira metade do século 20 em Portugal. Nasceu em Alcobaça no dia 13 de agosto de 1895 e morreu a 21 de dezembro de 1967. O seu nome foi atribuído a uma rua em Alcobaça e também a uma rua de Lisboa.

 🐰 ALENQUER

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Damião de Goes, historiador, humanista, viajante, diplomata e uma das personalidades mais importantes do Renascimento em Portugal, nasceu em Alenquer a 2 de fevereiro de 1503. Perseguido pela Inquisição e abandonado pela família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, no dia 30 de janeiro de 1574.

 🐮 AMADORA

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Artur Cruzeiro Seixas pertence ao primeiro grupo de surrealistas em Portugal, movimento literário e artístico que desafiou o regime do Estado Novo e a cultura oficial. Nunca aceitou ser descrito como pintor, mas antes como «o homem que pinta». Nasceu na Amadora, no dia 3 de dezembro de 1920, e morreu em Lisboa, a 8 de novembro de 2020. 

🦊 AMARANTE

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Amadeo de Souza-Cardoso, pintor da primeira geração de modernistas portugueses, nasceu na Casa de Manhufe, freguesia de Mancelos, a 14 de novembro de 1887. Viria a morrer, vítima da gripe espanhola, a 25 de outubro de 1918, em Espinho.

🦁 AMARES

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António Variações, cantor e compositor português, nasceu na freguesia de Fiscal, em Amares, a 3 de dezembro de 1944, e morreu em São Domingos de Benfica, em Lisboa, a 13 de junho de 1984.

🐺ARRUDA DOS VINHOS

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Irene Lisboa, poetiza, ficcionista, professora e pedagoga, nasceu no Casal da Murzinheira, freguesia de Arranhó, em Arruda dos Vinhos a 25 de dezembro de 1892, e morreu a 25 de novembro de 1958, em Lisboa.

 🐶 AVEIRO

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Zeca Afonso, cantor e compositor português, autor de Grândola Via Morena, entre muitas outras músicas bem conhecidas, nasceu no dia 2 de agosto de 1929, na freguesia da Glória, no concelho de Aveiro. Morreu em Setúbal a 23 de fevereiro de 1987.

heróis heroinas

🐔 BARCELOS

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Rosa Ramalho, escultora, ceramista e principal referência da olaria tradicional em Portugal, nasceu a 14 de agosto de 1888, em São Martinho de Galegos (Barcelos). Morreu no dia 24 de setembro de 1977 em Galegos, Penafiel.

🦋BORBA

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Joaquim Azinhal Abelho foi poeta e cineasta, fundador do Teatro Rural, em Elvas, do Teatro do Arco da Velha e do Teatro d’Arte em Lisboa. Nasceu em Orada, no concelho de Borba, no dia 13 de abril de 1911, e morreu em Lisboa a 20 de janeiro de 1979.

🦄BRAGA

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Maria Ondina Braga foi professora, escritora e viajante que, num tempo em que as mulheres não eram donas do seu destino, partiu da sua terra natal, no Minho, e viajou pelo mundo para se dedicar à escrita. Deixou obras como «O Destino Viaja a Bordo», «A China fica ao Lado» ou «Vidas Vencidas». Nasceu em Braga no dia 13 de janeiro de 1932, cidade onde morreu no dia 14 de março de 2003.

🐝 BARREIRO

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Fernando Chalana foi um dos jogadores de futebol mais marcantes do Benfica e determinante para as vitórias do clube nas décadas de 1970 e 1980. Nasceu no Barreiro a 10 de fevereiro de 1959 e morreu em Lisboa a 10 de agosto de 2022.

 🦎BRANGANÇA

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Regina Quintanilha, advogada e ativista feminista, nasceu em Bragança, na freguesia de Santa Maria no dia 9 de maio de 1893 e morreu em Lisboa a 19 de março de 1967.

🐖 BEJA

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Maria de Lourdes Modesto, investigadora na área da gastronomia portuguesa, fez um valioso trabalho de recolha de receitas de todo o país e deixou dezenas de livros sobre a cozinha portuguesa, entre os quais a «Grande Enciclopédia da Cozinha», a «Cozinha Tradicional Portuguesa» (o livro de culinária mais vendido em Portugal) e as «Receitas Escolhidas». Nasceu em Beja a 1 de junho de 1930 e morreu a 19 de julho de 2022 com 92 anos em Lisboa.

Heróis heroínas

 🐕CARREGAL DO SAL

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Aristides Sousa Mendes, cônsul português e humanitário que, durante a II Grande Guerra, concedeu milhares de vistos de entrada a Portugal a refugiados do regime nazi. Nasceu na aldeia de Cabanas do Viriato, Carregal do Sal, a 19 de julho de 1885. Morreu aos 68 anos, em Lisboa.

😻 CARRAZEDA DE ANSIÃES

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Eurico Augusto Cebolo, músico, compositor, pedagogo e escritor português, publicou por conta própria numerosas obras dedicadas à aprendizagem de instrumentos musicais. Milhares de alunos aprenderam a tocar piano, flauta, guitarra, órgão, acordeão ou cavaquinho com os livros e manuais de Eurico A. Cebolo. Nasceu a 28 de outubro de 1938, na Coleja, aldeia de Carrazeda de Ansiães. Morreu no Porto a 17 de dezembro de 2021.

🐐 CASTELO BRANCO

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 Eugénia Lima foi uma acordeonista prodígio e compositora, autora de mais de duas centenas de temas e com meia centena de gravações. Nasceu em Castelo Branco, a 26 de março de 1926 e morreu em Rio Maior, a 4 de abril de 2014.

🦔 CASTELO DE VIDE

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Salgueiro Maia, capitão da Revolução de Abril, nasceu em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, a 1 de julho de 1944, e morreu em Lisboa, a 3 de abril de 1992. 

🦊 COIMBRA

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Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, foi um poeta, pintor, editor e animador cultural. Nasceu a 11 janeiro 1948, em Coimbra, e morreu em Lisboa a 3 junho 1997. 

🦒 CONSTÂNCIA

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Tomaz Vieira da Cruz foi poeta, músico e jornalista nascido em Constância, no dia 22 de abril de 1900. Morreu em Lisboa no dia 7 de junho de 1960.

heróis heroínas

🐶ELVAS

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Adelaide Cabete, feminista, republicana, médica obstetra, professora e abolicionista, nasceu na freguesia de Alcáçovas, em Elvas, no dia 25 de janeiro de 1867. Morreu em Lisboa, a 14 de setembro de 1935.O ten nome e a tua proeza.

🦝 ESPOSENDE

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António Rodrigues Sampaio é um dos maiores vultos do liberalismo português de 1800. Foi jornalista de causas, deputado, ministro e chefe de governo. Acima de tudo, ficou conhecido pela alcunha de Sampaio da Revolução, por se ter sobressaído como redator principal do periódico A Revolução de Setembro. Nasceu em São Bartolomeu do Mar, em Esposende, no dia 25 de julho de 1806 e morreu em Sintra a 13 de setembro de 1882.

🦝ÉVORA

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Maria Eugénia Varela Gomes, ativista política e assistente social, é uma das principais figuras da resistência antifascista, destacando-se na defesa dos direitos dos presos políticos e ainda pelos seus esforços para melhorar as condições de vida da população carenciada em Portugal. Nasceu em Évora no dia 18 e dezembro de 1925 e morreu a 22 de novembro e 2016, em Lisboa.

Heróis Heroínas

🐮FERREIRA DO ZÊZERE

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Ivone Silva, atriz e encenadora, foi uma das principais figuras do teatro de revista, destacando-se também em programas humorísticos para televisão. Nasceu em Paio Mendes, freguesia do concelho de Ferreira do Zêzere a 24 de abril de 1936 e morreu em Lisboa a 20 de novembro de 1987.

🐗FREIXO DE ESPADA À CINTA

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Guerra Junqueiro foi um popular poeta, na sua época, além de deputado, jornalista e escritor. Nasceu no dia 15 de setembro de 1850, na cidade de Freixo de Espada à Cinta, e morreu em Lisboa, no dia 7 de julho de 1923.

🍒FUNDÃO

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Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, é um dos maiores poetas portugueses do século XX, com obra publicada em várias línguas. Nasceu na aldeia de Póvoa de Atalaia, Fundão, no dia 19 de janeiro de 1923 e morreu no Porto a 13 de junho de 2005.

🐬FARO

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 Maria Veleda, pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim, além de professora e jornalista, foi pioneira na luta pela educação das crianças, dos direitos das mulheres e na propaganda dos ideais republicanos. Tornou-se numa das mais importantes dirigentes de um dos primeiros movimentos feministas portugueses, a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP). Nasceu na cidade Faro no dia 26 de fevereiro de 1871 e morreu em Lisboa a 8 de abril de 1955.

🐳FUNCHAL

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Herberto Helder é um dos maiores e mais originais poetas portugueses da segunda metade do século 20. Tem uma vasta obra de poesia publicada, mas raramente aparecia em público. Era conhecido por recusar prémios, homenagens ou condecorações, não dava entrevistas nem se deixava fotografar. Nasceu em São Pedro, Funchal, a 23 de novembro de 1930 e morreu na sua casa em Cascais, no dia 23 de março de 2015.

heróis heroínas

🐴GOLEGÃ

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 José Saramago, escritor e até agora o único português galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, nasceu na Azinhaga, Golegã, a 16 de novembro de 1922 e morreu a 18 de junho de 2010, em Tías, na ilha de Lanzarote, Espanha.

 🦌GUARDA

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Beatriz Ângelo, a primeira mulher cirurgiã e a primeira mulher a votar em Portugal, nasceu na freguesia de São Vicente, na Guarda, a 16 de abril de 1878. Morreu em Lisboa a 3 de outubro de 1911.

🐇GUIMARÃES

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Virgínia Moura, a primeira engenheira civil que se formou em Portugal nasceu em São Martinho do Conde, em Guimarães, no dia 19 de julho de 1915. Conhecida também por ser ativista política contra o Estado Novo, viria a morrer no Porto, a 19 de abril de 1998.

heróis heroínas

🐟LISBOA

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 Amália Rodrigues, fadista, nasceu na Rua Martim Vaz a 23 de julho de 1920, na freguesia da Pena, próximo da Mouraria, em Lisboa, e morreu na sua casa, no nº 193 da Rua de S. Bento em Lisboa, a 6 de outubro de 1999. 

🐩LEIRIA

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Afonso Lopes Vieira, poeta, deixou uma vasta obra, onde a presença do mar da Marinha Grande e o Pinhal de Leiria estão quase sempre presentes. Nasceu em 26 de janeiro de 1878, em Leiria, e morreu em Lisboa no dia 25 de janeiro de 1946. 

🐾LOULÉ

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Maria José Estanco é a primeira mulher a licenciar-se no curso de Arquitetura, em 1942, com a distinção de «Melhor Aluno de Arquitetura» da Escola de Belas Artes de Lisboa. Nasceu em Loulé, a 26 de março de 1905, e morreu a 30 de agosto de 1999, em Lisboa.

Heróis heroínas

🦃MACEDO DE CAVALEIROS

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Adriano Moreira foi antigo ministro do Estado Novo, ex-presidente do CDS, advogado e professor catedrático. Era um estudioso da política internacional e está entre os primeiros académicos portugueses a estudar e refletir sobre o colonialismo português no século XX. Vice-presidente da Assembleia da República, entre 1991 e 1995, doutor honoris causa por diversas universidades portuguesas e estrangeiras, escreveu obras nas áreas do Direito, da Ciência Política ou das Relações Internacionais. Presidiu ao Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, de 1998 a 2007, e ao Conselho Geral da Universidade Técnica de Lisboa, entre muitos outros cargos ligados à academia. Nasceu a 6 de setembro de 1922 em Grijó, em Macedo de Cavaleiros, e morreu no dia 23 de outubro de 2022 com 100 anos.

🦇MAFRA

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Beatriz Costa, foi atriz, cantora e um ícone popular durante os anos dourados do cinema português (1930 – 1940). Participou em grande parte dos clássicos, como «Aldeia da Roupa Branca» e «Canção de Lisboa». Nasceu na freguesia de Milharado, em Mafra, a 14 de dezembro de 1907 e morreu em Lisboa, a 15 de abril de 1996.

🦉MANGUALDE

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 Ana de Castro Osório, escritora, jornalista, pedagoga, feminista e republicana, nasceu em Mangualde, no distrito de Viseu, no dia 18 de junho de 1872. Morreu em Lisboa, a 23 de março de 1935.

🐘MOURA

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Eunice Muñoz, atriz, referência do teatro, do cinema e da televisão, em Portugal, nasceu na Amareleja, no concelho de Moura, no dia 30 de julho de 1928. Morreu em Carnaxide, Oeiras, a 15 de abril de 2022.

🦓MONÇÃO

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Deu-la-Deu Martins é a lendária heroína de Monção, que, com a sua astúcia e coragem, salvou a população local durante um cerco montado pelos castelhanos durante as guerras fernandinas do século XIV. As datas de nascimento e morte são desconhecidas.

🦢MURÇA

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Aníbal Augusto Milhais foi o soldado português mais condecorado da Primeira Guerra Mundial. Ficou conhecido como soldado Milhões, que na Batalha de La Lys, na fronteira franco-belga, na região de Flandres, enfrentou sozinho as colunas alemãs, permitindo retirada de vários soldados portugueses e ingleses para as posições defensivas da retaguarda. Regressado ao acampamento português, o comandante Ferreira do Amaral saudou-o, com uma frase que ficou célebre: «Tu és Milhais, mas vales Milhões!». Nasceu em Murça, a 9 de julho de 1895 e morreu a 3 de junho de 1970.

heróis heroínas

🐫NAZARÉ

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 Bonifácio Lázaro Lozano foi um pintor muito premiado em Portugal e em Espanha, que dedicou boa parte da sua obra aos pescadores, famílias e costumes da Nazaré. Nasceu a 15 de fevereiro de 1906, na Nazaré e morreu em Madrid no dia 24 de abril de 1999.

heróis heroínas

🐣ÓBIDOS

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Josefa D’Óbidos (1630-1684) Filha de pai obidense e de mãe andaluza, nasceu em Sevilha, na época em que o mesmo Filipe reinava em Espanha e Portugal. Ainda criança foi viver em Óbidos, de onde nunca mais saiu. É considerada a maior artista portuguesa do Barroco e é também a primeira mulher portuguesa a conseguir viver da sua arte.

🦧ODIVELAS

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 Orlando Worm fundou a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. Trabalhou como performer e técnico de iluminação para as principais companhias de teatro, como O Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, o Teatro Nacional de São João, no Porto, o Teatro da Cornucópia (Lisboa), a Escola da Noite, em Coimbra ou o Teatro Experimental de Cascais. Em 2006 venceu o Prémio Luzboa-Shréder, atribuído pela Bienal de Luz de Lisboa e, a 22 de maio de 2010, foi homenageado com um espetáculo no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, pelos seus 50 anos de carreira. Nasceu em Odivelas no dia 21 de setembro de 1938 e morreu em Lisboa a 4 de agosto de 2010. 

🐜OEIRAS

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 Luísa Leopoldina Fialho, atriz de teatro, muito conhecida no século XIX, nasceu em São Julião da Barra, em Oeiras, no dia 15 de fevereiro de 1839. Morre aos 52 anos, em Lisboa.

🕷OLEIROS

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Adriano Antão Barata Salgueiro foi um advogado, benemérito da cidade de Lisboa por ter cedido parte dos seus terrenos para a construção da Avenida da Liberdade. Nasceu em Oleiros, em 1814 e morreu em Lisboa, no dia 6 de maio de 1895.

heróis heroínas

🍇PESO DA RÉGUA

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Antónia Adelaide Ferreira, mais conhecida por Ferreirinha, foi uma empresária com grande visão que se dedicou ao cultivo e produção do vinho do Porto. Nasceu em 4 de julho de 1811, no concelho de Peso da Régua, onde também morreu a 26 de março de 1896.

🐞PÓVOA DO VARZIM

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Eça de Queiroz, considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa, nasceu na Póvoa de Varzim, a 25 de novembro de 1845 e morreu em Neuilly-sur-Seine, França, a 16 de agosto de 1900.

PONTE DA BARCA

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Diogo Bernardes, poeta, nascido entre 1530 e 1540 em Ponte da Barca. Desconhece-se a data da morte.

🐅PONTE DE LIMA

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António Feijó foi poeta e diplomata, passando por consulados no Brasil – nos estados de Pernambuco e do Rio Grande do Sul – da Suécia, Noruega e Dinamarca. António Feijó distinguiu-se sobretudo com a sua obra literária, de onde se destacam «Transfigurações» (1882), «Cancioneiro Chinês» (1890) ou «Ilha dos Amores» (1897). Nasceu na Rua do Pinheiro, Ponte de Lima, e morreu no dia 20 de junho de 1917 em Estocolmo. A sua memória está perpetuada num busto, inaugurado em 1938 na avenida que também tem o seu nome, em Ponte de Lima.

🐲PORTO

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Almeida Garrett, escritor, dramaturgo e grande impulsionador do teatro em Portugal, nasceu no Porto, no dia 4 de fevereiro de 1799 e morreu em Lisboa, no dia 9 de dezembro de 1854.

heróis heroínas

🦛SINES

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Vasco da Gama, nascido em Sines, provavelmente no ano de 1469, é um dos grandes navegadores e exploradores portugueses que, comandou, em 1498, a primeira frota de navios até à Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada. Morreu em Cochim, Índia, no dia 24 de dezembro de 1524. Os seus restos mortais estão no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

🦑SETÚBAL

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Manuel Maria Barbosa du Bocage, poeta do Arcadismo Lusitano, nasceu na Rua Edmond Bartissol 12 (antiga Rua de S. Domingos), em Setúbal, no dia 15 de setembro de 1765. Morreu em Lisboa, na antiga freguesia das Mercês (Misericórdia) no dia 21 de dezembro de 1805.

🐎SABROSA

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Fernão de Magalhães, navegador que liderou a primeira viagem de circum-navegação ao globo, entre 1519 e 1522, nasceu na freguesia de Sabrosa, no concelho de Sabrosa, na primavera de 1480. Morreu em combate, ao serviço da Coroa Espanhola, em Mactan, Filipinas, a 27 de abril de 1521.

🌋SÃO MIGUEL

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Natália Correia, escritora e poeta, nasceu na freguesia da Fajã de Baixo, São Miguel, nos Açores, a 13 de setembro de 1923. Morreu em Lisboa a 16 de março de 1993.

🦩SANTA MARIA DA FEIRA

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Domitila de Carvalho foi a primeira mulher a frequentar a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Matemática, Filosofia e Medicina. Nasceu em Travanca, freguesia de Santa Maria da Feira, no dia 10 de abril de 1871. Morreu em Lisboa, no dia 11 de novembro em 1966.
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🦚SANTARÉM

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Mário Viegas, ator, encenador e recitador de poesia, nasceu em Santarém no dia 10 de novembro de 1948 e morreu no dia 1 de abril de 1996.

🐦SÃO BRÁS DE ALPORTEL

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Maria Bárbara Louro nasceu em São Brás de Alportel em junho de 1863 e ainda hoje é recordada, na sua terra, como a «madrinha» do povo. Durante a Primeira Guerra Mundial, quando a gripe pneumónica de 1918 deixou grande parte da população na miséria, ela abriu as portas da sua casa, alimentando centenas de pessoas que nada tinham para comer. A sua bondade nunca foi esquecida e o município homenageou-a em 2016, atribuindo o seu nome à rua que liga a Rua Dr. José Dias Sancho à Rotunda do Barro, na Circular Norte.

🍊SILVES

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João de Deus, poeta e pedagogo, autor da Cartilha Maternal, nasceu em São Bartolomeu de Messines, concelho de Silves, a 8 de março de 1830 e morreu em Lisboa no dia 11 de janeiro de 1896, Lisboa.

🐌SINTRA

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Ema Berta, pintora e professora de desenho, nasceu a 13 de fevereiro de 1944, em Sintra e morreu em Cascais, no dia 8 de julho de 2021.

heróis heroínas

🦗TOMAR

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Fernando Lopes-Graça é um dos maiores compositores e musicólogos portugueses do século XX. Foi compositor, musicólogo, pianista, maestro, professor, investigador, teórico, crítico de arte, militante do Partido Comunista Português e opositor do regime de Salazar, tendo, por isso, sido perseguido pela PIDE. Nasceu em Tomar a 17 de dezembro de 1906 e morreu em Cascais no dia 27 de novembro de 1994.

🐛TORRES NOVAS

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Maria Lamas, escritora, tradutora, jornalista e ativista pelos direitos das mulheres, nasceu a 6 de outubro de 1883 em Torres Novas e morreu em Lisboa a 6 de dezembro de 1983.

🐄TERCEIRA

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Vitorino Nemésio foi poeta, romancista, cronista, académico e intelectual açoriano Destacou-se como autor de «Mau Tempo no Canal» e como professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nasceu a 19 de dezembro de 1901 em Santa Cruz, na Vila da Praia da Vitória, ilha da Terceira, Açores. Morreu a 20 de fevereiro de 1978 no Hospital da CUF, em Lisboa. A seu pedido foi sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra.

heróis heroínas

🦜VIANA DO CASTELO

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Maria Manuela Couto Viana, atriz, declamadora e escritora nasceu em Viana do Castelo a 3 de março de 1919 e morreu em Lisboa no dia 4 de janeiro de 1983.

🍀VILA VIÇOSA

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Florbela Espanca, poeta e uma das primeiras feministas em Portugal, nasceu em Vila Viçosa, no Alentejo, a 8 de dezembro de 1894 e morreu em Matosinhos no dia em que completou 36 anos.

🦖VIDIGUEIRA

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Fialho de Almeida foi jornalista, escritor e tradutor. Distinguiu-se como contista, publicando «Contos» (1881), «A Cidade do Vício» (1882), «Lisboa Galante» (1890) e «O País das Uvas» (1893). O que o torna muito popular, no entanto, são as crónicas «Os Gatos», publicadas na imprensa, onde retratava sem dó nem piedade a sociedade da época. Nasceu em Vila de Frades, concelho de Vidigueira, no dia 7 de maio de 1857 e morreu em Cuba, a 4 de março de 1911. Vidigueira atribuiu o seu nome ao agrupamento de escolas do concelho. Fialho de Almeida é também nome de rua nas cidades de Lagos e Castro Verde. Em Lisboa, há um jardim com o seu nome, na praça das Flores. Cuba tem um centro cultural e um concurso literário com o seu nome e ainda Museu Literário Fialho de Almeida, inaugurado em 2019, prevendo ainda abrir em breve a Casa-Museu Fialho de Almeida.

🐠VILA NOVA DE GAIA

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Considerado um dos maiores escultores portugueses do século 19, Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847 em Vila Nova de Gaia, cidade onde também viária a morrer a 16 de fevereiro de 1889.

🦘VILA FRANCA DE XIRA

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Alves Redol, um dos mais importantes escritores da corrente Neorrealista, nasceu em Vila Franca de Xira a 29 de dezembro de 1911 e morreu em Lisboa no dia 29 de novembro de 1969.

🦏VINHAIS

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Jorge Lima Barreto foi músico, escritor, conferencista, musicólogo e professor na Faculdade de Letras do Porto e na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Distinguiu-se ainda como improvisador no piano, no polinstrumentismo acústico e eletrónico. Fundou os Anar Band (1969), a Associação de Música Conceptual com Carlos Zíngaro (1973), os Telectu (1981), com Vítor Rua, e ainda o duo Zul zelub, com Jonas Runa (2007). O seu percurso artístico foi ainda muito marcado por colaborações com músicos da cena internacional, entre os quais, Elliot Sharp, Chris Cutler, Sunny Murray, Jac Berrocal, Louis Sclavis, Daniel Kientzy, Giancarlo Schiaffini, Evan Parker, Gerry Hemingway, Paul Lytton ou Eddie Prévost. Nasceu em Vinhais a 26 de dezembro de 1949 e morreu em Lisboa, a 9 de julho de 2011.

🐼VISEU

Carrega aqui para descobrir o herói ou a heroína desta cidade.
Hélia Abranches de Soveral foi pianista, professora do Conservatório de Música do Porto e fundadora da Escola de Música do Porto, da Escola Profissional de Música do Porto e do Conservatório Regional de Música de Viseu. Nasceu em Viseu no dia 3 de maio de 1919 e morreu no Porto a 14 de maio de 2009.

🐱‍🏍
Descobre mais sobre estes e outros heróis e heroínas.
Os heróis e heroínas aqui representados/as são uma ínfima parte do imenso que há para descobrir sobre as grandes figuras portuguesas que nos marcaram para sempre. Os textos são curtos e dizem muito pouco sobre cada um/a. O propósito, no entanto, é lançar algumas pistas para que possas, por tua conta, ir à procura de mais e, assim, conservar a memória deles e delas para a eternidade.

🏃‍♀️Heróis e heroínas há muitos, felizmente, mas nenhum correu tanto como a nossa Rosinha!

Quantas coisas boas acontecem ao brincar ao ar livre?

brincar ao ar livre

Não precisamos de provas científicas para saber que brincar ao ar livre ajuda as crianças a crescer fortes e felizes. Ainda assim, não custa relembrar as vantagens do contacto com a natureza. O Bicho-que-Morde reuniu oito estudos que mostram como como um par de horas por dia a brincar nas matas, nos jardins ou nas florestas ajuda a combater a miopia, a melhorar o desempenho escolar, a memorização, a autoestima e muito outros benefícios que se podem prolongar na vida adulta.


Tira os olhos do ecrã e vai estendê-los ao sol

brincar ao ar livre

O estudo da Universidade de Queensland, Austrália, demonstrou que brincar ao ar livre previne e combate a miopia. Com uma hora por dia, no mínimo, já se veem alguns resultados, mas dobrar esse tempo é o ideal. Crianças e adolescentes conseguem prevenir o surgimento da miopia e até travar a sua progressão ao passarem algumas horas expostos à luz solar.

 

Saberá a polícia que as árvores combatem o crime?

brincar ao ar livre

O Laboratório de Paisagem e Saúde Humana, da Universidade do Illinois, estudou a relação entre o crime e o número de árvores em bairros de Chicago, nos EUA. Resultado: nas zonas próximas de espaços verdes, os investigadores encontraram uma taxa de criminalidade 7% mais baixa. Os moradores sem acesso a zonas verdes apresentaram também menor capacidade de concentração e dificuldades em controlar os seus impulsos mais agressivos. Uma outra conclusão interessante é que os bairros com mais árvores incentivam mais as pessoas a sair de casa.

Agarrem nos cadernos e vamos lá para fora

brincar ao ar livre

As atividades ao ar livre são tão importantes que deviam ser obrigatórias nos currículos das escolas. Esse é o aviso que os investigadores das universidades de Plymouth, no Reino Unido, e de Western Sydney, na Austrália, deixaram no relatório The Student Outcomes and Natural Schooling. Os benefícios não se veem apenas na aprendizagem e na saúde. A mudança de ares ajuda também a melhorar o comportamento, a capacidade para enfrentar problemas, os níveis de confiança e as habilidades para saber lidar com os feitios dos outros.

 

Brincar é ganhar consciência ambiental

brincar ao ar livre

Quanto mais contacto com a natureza durante a infância, maior o envolvimento com as causas ambientais na vida adulta. Os efeitos de brincar ao ar livre são duradouros, garantem as investigadoras do Departamento de Design e Análise Ambiental e do Departamento de Desenvolvimento Humano da Universidade de Cornell.

Nancy Wells e Kristi S. Lekies entrevistaram dois mil nova-iorquinos entre 18 e 90 anos para perceber como a infância foi determinante para desenvolver a consciência ambiental. Brincadeiras nas matas e florestas, pesca e piqueniques estão entre as atividades que mais contribuíram. Mas o peso de colher flores, plantar árvores ou sementes e cuidar de plantas em casa não é menos valorizado. As atividades ao ar livre são decisivas, mas é igualmente importante incentivar esse gosto através de revistas, programas de televisão e livros.

Cada jardim é um exercício de memória

Brincar ao ar livre

Saltar e pular em jardins e parques faz maravilhas à memória, conclui a investigação da Universidade de New Hampshire, que estudou o cérebro de 1410 crianças entre os dois e os cinco anos. Os que passaram pelo menos dez horas semanais com adultos em jardins ou parques conseguiram decorar novas palavras de uma forma cinco vezes mais eficaz do que aquelas que passaram menos tempo a brincar com os adultos nos jardins. A principal razão para esse fenómeno está na maior quantidade de estímulos para os olhos, o nariz e pele.

Sossegar a correr nas planícies

brincar ao ar livre 

Basta expor crianças e adultos diagnosticados com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) a imagens de paisagens verdes para se verificar uma ligeira mudança no comportamento, sobretudo na concentração e na capacidade para controlar os impulsos. O que acontecerá então quando passam da teoria à ação?

Através de entrevistas aos pais de 400 crianças com TDAH, os investigadores da Universidade de Illinois encontraram uma ligação entre o seu comportamento e as brincadeiras em jardins e parques. Aquelas que brincam regularmente ao ar livre, rodeados de árvores e plantas, têm sintomas mais leves do que as que brincam dentro de casa ou ao ar livre sem espaços verdes. No caso de sintomas mais severos, as crianças apresentam algumas melhorias quando brincam em espaços verdes amplos e sem obstáculos, como planícies relvadas ou campos de futebol, por exemplo.

A felicidade é uma tenda junto ao lago

brincar ao ar livre

Acampar uma vez por ano é o suficiente para melhorar o desempenho escolar e contribuir para a felicidade de toda a família. A conclusão é do Instituto de Educação da Universidade de Plymouth, que entrevistou mais de cinco mil pais e filhos do Camping and Caravanning Club. Os resultados do inquérito mostraram que 4 em cada 5 pais acreditavam no efeito positivo desta prática sobre o desempenho escolar.

Os papás estão convencidos de que o acampamento ajuda na compreensão de matérias relacionadas com as disciplinas de Geografia, História e Ciências. O que não é descabido tendo em conta que as atividades mais frequentes nos acampamentos envolveram procurar plantas e animais escondidos em pedras e na vegetação e caminhar pelos trilhos onde as crianças descobriram ecossistemas e identificaram novas formas de vida.

Quando perguntado às crianças o que mais gostavam nos acampamentos, as respostas mais comuns foram: fazer amigos, brincar ao ar livre e aprender os vários truques de campismo. Outros efeitos como confiança, alegria, respeito pela natureza, capacidade de interagir em grupo foram também relatados pelos pais como importantes.

A ciência de bem chapinhar nas poças

Brincar ao ar livre

Saltar à corda, brincar na terra, construir castelos de areia, correr atrás das galinhas, chapinhar nas poças não fazem bem apenas à saúde. É também benéfico para desenvolver a coordenação motora e cognitiva, a sociabilidade e a resolução de conflitos. As conclusões do estudo da Universidade de Illinois nem são assim tão surpreendentes, mas servem para confirmar que o contacto regular com a natureza é algo indispensável na rotina de todas as crianças. E dos adultos, que também merecem ser felizes!

Agora que sabes o bem que faz brincar ao ar livre, arrasta os adultos para fora de casa e leva-os a redescobrir a alegria que é respirar a natureza.

🦋🐞🐛🐝 Se és um ou uma amante da natureza, vais gostar de saber também quantos insetos vivem no nosso planeta

Por que é o comboio muito melhor do que o avião?

O Bicho-que-Morde não é de impingir os seus gostos a ninguém, mas há que dar razão aos maluquinhos do comboio. Não é só porque, entre todos os transportes, é o mais amigo do ambiente. Nem somente porque, nos seus carris, surgiram muitos enredos dos clássicos da literatura. Ou tão-pouco porque a sua chegada trouxe o progresso a cidades, vilas e regiões. É por tudo isso e sobretudo porque viajar não significa correr com sofreguidão até ao destino. O caminho para lá chegar é o que mais importa. Tal e qual as grandes viagens que fazemos para alcançar as nossas maiores conquistas.

comboio

Alguém pode explicar qual é a piada de viajar de avião? Viajar de avião é como entrar num cilindro metálico, com duzentos e tal passageiros esperando o sinal luminoso para desapertar o cinto e partir à descoberta de um destino. O comandante, fechado no cockpit, tem um pacto com o relógio e por isso é cego. Só lhe interessa cumprir horários e aterrar em segurança.

Mas, qual é a urgência? Uma viagem não é uma corrida do ponto A ao ponto B. Não se deixem enganar, uma viagem não começa quando se desembarca no aeroporto. Uma viagem começa quando algo – nunca sabemos muito bem o quê – nos impele a querer descobrir um lugar. Uma viagem começa sempre com um sonho. E podemos estar uma vida inteira a sonhar com o Japão, a Índia ou o Alasca. 

Uma verdadeira viagem tem dezenas de etapas e ainda milhares de pontos entre a partida e a chegada que se revelam pela janela. É verdade que podemos fazer o mesmo pela janelinha do avião, mas a visão que temos das alturas são pontinhos indistintos, terras retalhadas aos quadrados, luzes minúsculas ou tapetes acolchoados de nuvens a esconder tudo o que se passa lá em baixo.

Atravessamos cidades, florestas, desertos, países, mares e continentes sem desfrutar de uma única paisagem.

O maquinista do comboio, esse, faz questão de trilhar a ferro os melhores caminhos para passar por arrozais de perder de vista, túneis, penhascos e pontes suspensas, crianças a brincar em campos improvisados de futebol, roupa estendida nas varandas, ovelhas enfastiadas a ruminar nas pradarias, gatos a dormitar nos apeadeiros, vinhas, plantações de chá e café, vales e cordilheiras.

Carro, comboio ou avião?

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 O comboio polui 32 vezes menos do que o carro e 23 vezes menos do que o avião. 

A esta altura da viagem, haverá provavelmente um empertigado a lembrar que, com o carro, podemos percorrer os mesmos lugares. Sim, podemos, e ainda com a vantagem de parar sempre que nos apetecer, passar a noite numa cidadezinha simpática ou até mudar o roteiro das férias. Mas convém relembrar que o automóvel é a última hipótese a considerar.

Se o avião é uma má escolha para o ambiente, o automóvel consegue ser pior. Na corrida pela preservação do planeta, ele chega sempre em último. A agência francesa para a transição ecológica (ADEME) cronometrou esta competição e concluiu que o comboio polui 32 vezes menos do que o carro e 23 vezes menos do que o avião.  Por isso, deixemos o egoísmo de lado e voltemos ao bom e velho comboio.

Há que ter apreço pela sua História, ela própria uma viagem a transportar, desde 1825, carga e passageiros em locomotivas a vapor que vieram com a Revolução Industrial. A Portugal, só chegariam três décadas depois com a primeira ligação ferroviária entre Lisboa e Carregado.

Desde o século 19, o comboio trilhou caminhos por entre desertos, montanhas e selvas e inaugurou cidades e vilas, que prosperaram como cogumelos em lugares até então longínquos e inóspitos. O Entroncamento, no distrito de Santarém, é um exemplo clássico. Com a chegada dos caminhos de ferro, deixou de ser um uma povoação desolada para se tornar numa freguesia, em 1926, passando a vila em 1945 e, por fim, elevada a cidade em 1991.

O Entroncamento deve tudo ao comboio, até o nome pelo qual ficou conhecido por ali se cruzarem (ou entroncarem) as linhas do Norte (a ligar Lisboa ao Porto) e da Beira Baixa (Entroncamento – Guarda).

Tama, chefe da estação

Comboio
Sampei, CC BY-SA 3.0, via Japanese Language Wikipedia

 Com a sua eficiente fofura, a gata japonesa atraiu milhões de viajantes até à estação moribunda de Kisha.

Não por acaso, sempre que um governante, em qualquer parte do mundo, ameaça encerrar uma estação ferroviária, a população sai à rua, esperneia e luta para o comboio continuar a passar pela sua terra. O apeadeiro de Kishi, na cidade japonesa de Kinokava, passou precisamente por esse tumulto quando em 2007 teve ordem para encerrar devido ao fraco movimento. Num ato desesperado, os funcionários nomearam Tama como a nova chefe da estação e diretora de operações.

Nada disso seria especial não fosse o cargo ser desempenhado por uma gata.

Tama, apenas com a sua fofura (e competência), atraiu milhões de viajantes, que quiseram vê-la no seu escritório, trajada a rigor. Durante oito anos, a gata do anterior chefe da estação conseguiu que o comboio continuasse a parar em Kishi, contribuindo muitíssimo para desenvolver a economia da vila.

O mandato dela terminou com a sua morte em 2015. Mais de três mil habitantes compareceram ao seu funeral. Nitama, o gatinho que a substituiu, mantém até hoje a estação movimentada com centenas de passageiros a descer todos os dias no apeadeiro para tirar selfies. Kishi é uma entre muitas povoações a reconhecer a importância do comboio para não acabarem riscadas do mapa.

As viagens da nossa vida

Comboio

 Os percursos que fazemos ao longo da vida são travessias de comboio com dezenas de etapas ou apeadeiros.

Além de tudo o que significa para o progresso, o comboio é ainda a imagem perfeita para as viagens da nossa vida. Sejam elas pelo nosso interior, ajudando-nos a crescer, ou pelas nossas conquistas (e derrotas), com centenas de paragens até ao destino planeado nos nossos sonhos.

Nenhum médico para chegar a médico entra num túnel do tempo e sai de lá equipado de bata e estetoscópio pronto a tratar da nossa saúde. Um médico, um carpinteiro, uma arquiteta, um barbeiro, uma bióloga, um pianista ou uma presidente de uma empresa não são o que são sem primeiro terem feito uma grande viagem. Muitas vezes, errando no caminho, voltando a trás, mudando ou demorando mais em alguns apeadeiros até desembarcar, finalmente, no destino.

As nossas viagens pessoais são longas travessias em que não é possível saltar etapas. Não é possível porque cada etapa é também ela uma viagem dentro de uma viagem. E qual é a piada de ler ou ouvir uma história com princípio e fim, mas sem a parte do meio? A mesma, se calhar, que viajar de avião quando temos o comboio.

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🚂Se ficaste com uma vontade irresistível de viajar, dá um salto às florestas equatorianas e descobre por que são os pigmeus tão baixinhos.

Imagem da gata Tama | Autor Sampei, CC BY-SA 3.0, via Japanese Language Wikipedia

Por que é preciso praticar a bondade todos os dias?

Fazer o bem não é só quando alguém precisa. Deve estar em tudo o que fazemos. Não pensem que é pieguice. Está cientificamente provado que a bondade mantém o cérebro ativo, traz felicidade, melhora o rendimento na escola e no trabalho, aumenta a resistência para enfrentar as dificuldades e contagia os outros com a nossa gentileza. Investigações recentes dizem que todos nascemos com ela, mas é tão frágil que precisa de treino diário para não desaparecer.


Sabias que a bondade mora num lugar especial do teu cérebro? Os neurocientistas dizem que ela está alojada no topo da espinha dorsal. O seu nome científico é nervo vago e consiste num feixe de fibras nervosas e musculares que o psiquiatra Stephen W. Porges, da Universidade de Illinois, em Chicago, também chama de «nervo da compaixão».

Além de estimular vários órgãos como o coração, o pulmão, o fígado ou aparelho digestivo, ele é também responsável por desenvolver sentimentos de compaixão, gratidão ou amor. Sempre que é ativado, esse nervo vai à luta, cria ligações entre as pessoas, devolve a tranquilidade quando estamos inquietos, conduzindo, de uma maneira geral, a uma vida mais feliz.

Praticar o bem é a melhor forma de pô-lo a trabalhar e, com isso, zelar pelo nosso bem-estar emocional, aumentar a resistência para enfrentar as dificuldades ou até melhorar os resultados na escola. Se formos bondosos para os outros, não é só o reino dos céus, o paraíso ou o nirvana que se abrem para os crentes. A generosidade é recompensada aqui e agora e é um grande trunfo para não deixar o cérebro envelhecer.

Um dom que nasce connosco

 bondade

A bondade nasce connosco e sem ela a humanidade não teria conseguido sobreviver.

A bondade faz parte da natureza humana desde o primeiro dia. A teoria já vem do século 18, com o mito do bom selvagem, e até caiu em descrédito, mas ganhou recentemente um novo fôlego. Psicólogos como Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, defendem que ela é inata e indispensável para humanidade sobreviver e continuar a evoluir.

Compaixão, gratidão e respeito pelos outros sãos dons que nascem no cérebro e se desenvolvem em sociedade para facilitar a vida em comunidade. Apesar de não ser algo que se possa ver ou agarrar, todos somos capazes de reconhecer um ato de bondade. Saber o que nos leva a agir é que é mais difícil. Há várias emoções, como empatia ou compaixão, misturadas. O cérebro, todavia, não se deixa enganar e sabe distinguir cada uma delas.

A empatia – explica-nos Richard Davidson, professor de psicologia e de psiquiatria na Universidade de Winsconsin- Madison (EUA) – é a capacidade de sentir o que os outros sentem e a compaixão é o que nos leva a fazer algo para aliviar o sofrimento dos outros. Cada uma dessas emoções, além de estimular outros sentimentos, usa corredores separados para calcorrear os labirintos do cérebro.

É um mecanismo perfeito que desenvolvemos desde os primeiros anos de vida. Mas tão frágil que, se não for exercitada todos os dias, desaparece sem disso darmos conta. Uma das razões para a bondade não ser duradora é o ambiente não lhe ser favorável. Ela surgiu para facilitar a convivência entre pequenos grupos, como explica o antropólogo Michael Tomasello.

Acontece, porém, que a maioria da população mundial vive em grandes cidades, onde cada pessoa circula entre centenas ou milhares de estranhos. A bondade, não conseguindo acompanhar a evolução das sociedades modernas, está a definhar nos centros urbanos, mas vai resistindo nas aldeias, onde os laços entre vizinhos e família são ainda fortes.

Cuidado com as ilusões

 bondade

O cérebro valoriza mais as experiências negativas, moldando a nossa visão do mundo.

Uma das razões que nos leva a não praticar a bondade é julgar que ela desapareceu. Mas não é bem assim. Os especialistas estão convencidos de que muita da nossa desconfiança na humanidade é influenciada pela cultura em que vivemos, sobretudo pelas notícias que nos chegam da televisão ou da Internet e que trazem para a luz do dia injustiças, desonestidades de políticos ou de pessoas com poder, guerras ou violência. Essa atitude está também muito ligada às nossas experiências pessoais. O cérebro, tão inteligente para umas coisas, não tem o bom senso para ver que nem todos são vigaristas ou burlões.

O livro «O Cérebro de Buda», do neuropsicólogo Rick Hanson, explica que somos mais facilmente influenciados pelas experiências negativas do que positivas. Daí ser tão importante reprogramar o cérebro. Para os adultos é um bocadinho mais difícil do que para os mais novos, exige treino e persistência para valorizar o lado bom da vida. Temos de nos esforçar para viver em pleno e interiorizar cada experiência boa, que deixará marcas duradoras no nosso íntimo.

De cada vez que a mente se abre a um acontecimento positivo, o cérebro altera os seus circuitos, mudando, aos poucos, a nossa visão sobre o mundo. A realidade, para os neurocientistas – e para muitos outros investigadores das ciências exatas e sociais – é um espelho daquilo que vivemos e pensamos. E o mundo é feito de múltiplas realidades. Cada um pode escolher em qual quer viver – valorizar as alegrias ou se deixar arrastar pelas tristezas, julgando não existir nada mais além disso.

Levar a bondade além-fronteiras

 bondade

Uma das melhores formas de praticar a bondade é desejar o bem a todos, inclusive aos desconhecidos.

Seguir o caminho da bondade é o exercício diário que os cientistas recomendam em todas as idades para tonificar o cérebro. Não se trata apenas de atos heroicos ou de fazer o bem quando alguém precisa, mas também de pequenos gestos que preenchem o nosso quotidiano. Ser cordial no trânsito, dar passagem aos idosos, ajudar quem está desorientado, cumprimentar, sorrir e ser gentil para estranhos são algumas formas de treinar os bons sentimentos.

Uma das melhores maneiras de praticar a bondade é desejar o bem a todas as pessoas, inclusive aos desconhecidos com os quais nos cruzamos na rua, no metro ou na pastelaria. Ao fazermos isso, diz o investigador Richard Davidson, estamos a alargar o círculo da bondade, mudando não só a nossa experiência como a dos outros que são contagiados com a nossa gentileza.

E desta forma, tão simples, conseguimos expandir o alcance da bondade, que, a pouco e pouco, entra nas escolas, nos escritórios, nos transportes públicos, nos supermercados, nas repartições de finanças até, por fim, atravessar fronteiras, continuando o seu percurso, enquanto houver quem sorria e seja gentil com os outros.

🤔Se gostas de desvendar os mistérios da mente, o Que-Bicho-Te-Mordeu tem mais uma sugestão de leitura para ti: «Por que é (quase) tudo uma questão de perspetiva?»

◼◻◼ «Por que é preciso praticar a bondade todos os dias?» é uma versão simplificada do artigo «Praticar o bem para ativar o circuito neurológico da bondade», do Cantinho dos Papás, o subdomínio do quebichotemordeu.com.

ilustrações: Charles Kingsley e William Heath, «The water-babies: a fairy tale for a land-baby» (1915), Kingsley, Charles e Robinson, W. Heath (William Heath, Houghton Mifflin (Boston)

Quantos amigos é possível ter ao mesmo tempo?

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A pergunta põe-nos a pensar quantos e quem são os nossos amigos. Haverá, talvez, um ou mais gabarolas a dizer que são uns 300, 400 ou mais até. E outros tantos a esforçarem-se para preencher os dedos de uma só mão. A quem, entre estes dois extremos, já está a pensar que pertence ao primeiro ou ao segundo clube, os cientistas avisam: sejam as pessoas mais ou menos populares, o número raramente ultrapassa a meia dúzia.

O nosso coração pode ser enorme e espaçoso como um hotel de 100 pisos e a nossa vontade mais elástica do que o estômago de uma baleia. O problema é o cérebro, que tem um espaço limitado. Só há lugar para poucos. Mas bons.

A esta altura, já haverá uns quantos a pensarem que isso é conversa da treta. Então e os miúdos e as miúdas rodeados de amigos na escola ou no bairro? E as festas de aniversário? Algumas até são organizadas em jardins e pavilhões porque não há casa grande o suficiente para pô-los todos lá dentro.

Há uma certa dose de razão nesses argumentos. Na verdade – dizem mais uma vez os cientistas – os amigos do peito, ou seja, aqueles capazes de tudo para nos ver felizes e vice-versa, são cinco, um pouco mais ou um pouco menos. Mas há muitos outros de quem gostamos. São aqueles com os quais passamos um bom bocado à conversa ou na brincadeira, mas depois somos capazes de estar semanas ou meses sem os ver.

Os quatro círculos de amizade

amigos

Por não conseguir dar a mesma atenção a todos, o cérebro tem círculos para cada tipo diferente de amizade.

Sim, estes também podem ser chamados de amigos, mas é preciso separar as águas. Neste caso, os círculos para usar o termo científico correto. Todos podemos ter dois ou mais círculos de amizades, segundo o modelo de Robin Dunbar, antropólogo e psicólogo evolucionista da Universidade de Oxford. Um interior – onde estão os tais 5, 4, 3, 2 ou apenas 1 amigo. E três externos onde cabe muito mais gente.

Se o primeiro nível é para um grupo com cerca de 5 amigos próximos, o nível seguinte é para as cerca de 15 pessoas com as quais também partilhamos confidências. Ao descer mais um patamar, encontramos outros 50 amigos num outro círculo e com os quais estamos algumas vezes por ano. No último nível, o círculo mais largo de todos, conta com aproximadamente 150 amigos ocasionais.

Fora destes círculos estão os conhecidos, que podem ser à volta de 500. E, finalmente, aquelas caras que já vimos em algum lugar, mas não estamos bem a ver onde, e que podem chegar aos 1500 rostos, o máximo que o nosso cérebro consegue identificar.

É claro que estes números podem variar, dependendo da idade e do feitio de cada um. Há quem tenha mais amigos e quem tenha menos amigos. Mas AMIGOS DO PEITO é que não são mais do que meia dúzia ou nem tanto. O nosso cérebro é como uma mochila de tamanho único. Há um momento em que não é possível enfiar nem mais um lápis lá dentro. Se quisermos mesmo guardar um novo amigo especial, alguém vai ter de saltar para o círculo seguinte. É cruel, mas é mesmo assim.

Novos e velhos amigos

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À medida que crescemos, conhecemos mais pessoas e a atualizamos o catálogo das nossas amizades.

À medida que crescemos, vamo-nos apercebendo que há qualquer coisa de verdade nisso. Perguntem aos vossos pais o que é feito dos amigos deles da infância. Uns mudaram de escola e desapareceram. Outros foram morar noutra cidade ou país e também o seu rasto se perdeu. Alguns é bem provável que, depois de adultos, tenham deixado de ser interessantes.

Há motivos de sobra para os amigos ficarem pelo caminho. A principal razão é que estamos sempre a conhecer mais e mais pessoas, no trabalho, nas festas, nas casas dos amigos, a passear o cão, a viajar, no ginásio, enfim, oportunidades não faltam. Quando um amigo entra, por exemplo, no círculo interior, há outro que sai, ocupando um lugar num dos círculos exteriores.

E há um único motivo para não conseguirmos ter 20, 30 ou mais amigos no nosso círculo mais íntimo. Só um ou dois grandes amigos dá trabalho. E muito. É preciso estar por perto nas horas alegres, mas também nas horas tristes. É preciso ajudar, nem que seja só com um abraço apertado (é o suficiente, muitas vezes). É preciso aceitar que eles não são perfeitos e que, tal como nós, têm também dias maus. É preciso bastante empenho, razão pela qual o nosso cérebro não consegue despender tanta energia, procurando assim concentrar o esforço em poucos.

Amizades que nunca se esquecem

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Há amigos que nunca mais vemos, mas deixam marcas. Um dia, algo far-nos-á lembrar dele.

É verdade que os amigos e as amigas podem seguir caminhos diferentes. Mas o tempo que passam juntos deixará marcas. Há uma parte dele ou dela que fica contigo. E uma parte tua que o teu amigo ou amiga leva com ele ou com ela.

Um dia, algo te fará lembrar da vossa amizade. Uma pessoa, uma comida em particular, uma frase solta ou um lugar – é o suficiente para saber que, sem ele ou ela, a tua vida teria tido muito menos piada.

Não nos esqueçamos também que há amigos capazes de sobreviver a tudo. Amigos que crescem connosco e ficam cada vez mais próximos, mesmo estando a milhares de quilómetros de distância. Mas, agora, não vale a pena pensar se será o Manuel, a Anabela, a Catarina, o João ou outro amigo ou amiga com um nome diferente. Podem ser todos até, nunca se sabe.

Como é impossível adivinhar, o melhor é aproveitar enquanto a amizade dura. Venha ela de 5, 4, 3, 2 ou um único amigo. Se é AMIGO, AMIGO, daqueles AMIGOS do peito, é o suficiente. Mais do que suficiente.

Ilustrações: Lilliput Lyrics (1899) | Charles Robinson

Fontes consultadas: Independent | BBC Future

👨🏼‍🤝‍👨🏼👩🏾‍🤝‍🧑🏻 Se a amizade é muito importante para ti também irás gostar de: «Quanto pesa a saudade?»